Grupo usava mulheres para entrar com drogas em vagina na Papuda
Operação da PCDF mira organização criminosa que agia para abastecer presídio com entorpecentes e celulares
RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Segundo as investigações, cada mulher que aceitava entrar com as drogas no presídio recebia entre R$ 2 mil e R$ 3 mil a cada tentativa bem sucedida de burlar a segurança da Papuda. Enquanto isso, o chamado “cara do cadastro” ficava com cerca de 20% do valor angariado pela venda do entorpecente no sistema.
Ainda no decorrer das investigações, os policiais descobriram que, além de introduzir drogas no sistema carcerário do DF, a organização criminosa também atuava transportando telefones celulares para dentro das cadeias. O plano era chamado de o “esquema do bonde”.
Apenas durante o período da investigação, a Cord identificou duas tentativas de entrada nos presídios feita pelo grupo criminoso, sendo que existem ao menos outras 15 que, provavelmente, foram realizadas pelos suspeitos alvos da operação.
Motorista e cobrador
As investigações começaram em junho deste ano, no Recanto das Emas, quando policiais da Cord apuravam a informação de que o motorista de ônibus de uma das empresas que circulam pelo DF usava a função para fornecer drogas para traficantes da cidade usando o próprio transporte público nas entregas.
Após ser monitorado e filmado realizando as transações, os investigadores identificaram que o fornecedor do motorista era o cobrador, seu companheiro de viagens no dia a dia. “A dupla havia se associado para manter a distribuição de cocaína pelas ruas do Riacho Fundo, inclusive com utilização do sistema público de transporte na prática do crime de tráfico”, explicou o diretor da Cord, delegado Rogério Rezende.
Em paralelo, o cobrador, segundo as apurações policiais, também se associou a um casal de traficantes – o homem cumpre pena na Papuda. O casal e o cobrador montaram o esquema para burlar a segurança do CIR e entrar com porções de drogas dentro do presídio.