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GDF faz “limpa” na Secretaria de Saúde

Depois de 42 exonerações, promessa é estender pente fino na pasta e em outras estruturas

 

Osnei Okumoito mandou exonerar 22 no mesmo dia em que o governador cancelou a licitação para contratação de empresa para prestar serviços de limpeza e conservação de unidades da Secretaria de Saúde -Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Nesta semana, depois de o governador Ibaneis Rocha mandar cancelar uma licitação questionada pelo Tribunal de Justiça do DF, o secretário de Saúde Osnei Okumoto exonerou 42 comissionados da pasta. Nos bastidores, diz-se que ele tenha aproveitado a deixa pra se livrar de “pessoas indesejáveis”, que estariam ali há anos “a serviço de cartéis”. Governo promete estender o “limpa” na pasta e em outras secretarias do governo.

Tudo começou quando o Tribunal de Justiça do DF suspendeu uma dispensa de licitação para contratação de empresa para prestar serviços de limpeza, conservação, asseio e desinfeção hospitalar nas unidades de saúde pública do DF. Para o Tribunal, havia indícios de irregularidades e ilegalidades no processo.

No mesmo dia, o governador Ibaneis Rocha cancelou o processo e o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, resolveu, em edição extra do Diário Oficial do DF de segunda-feira (15), exonerar 22 servidores ligados ao processo. Aproveitando o embalo, nesta terça-feira (16), a Secretaria de Saúde exonerou mais 20. No Palácio do Buriti, sabe-se que ele aproveitou a deixa “para se livrar de um monte de indesejáveis”.

Em relação a este processo, de acordo com denúncia recebida pelo Tribunal de Justiça, a empresa vencedora teria sido auxiliada por servidores para vencer o contrato de manutenção e limpeza de 14 hospitais públicos do Distrito Federal, 173 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 31 policlínicas, além da sede da secretaria

Havia muita sabotagem na saúde, dizem no Palácio do Buriti. E não era só por conta de ainda ter servidor remanescente da gestão de Rodrigo Rollemberg, mas por ter gente ligada a esquemas que imperariam há anos na saúde. “Tem muita gente trabalhando contra, a serviço de cartéis que estão ali há anos. Ele não vai admitir mais ninguém atravancando qualquer coisa”, dizem da parte de Ibaneis.

Outras secretarias

“O limpa só começou”, avisam. “E vai atingir todas as áreas, de remédio de alto custo às lavanderias”, diz-se no Palácio do Buriti, ainda sobre a Saúde. Mas a intenção de Ibaneis seria mesmo estender esse limpa para outras secretarias. Um exemplo é a pasta de Desenvolvimento Econômico, que, para os padrões do governador, ainda está muito travada. Aí, dizem, a culpa é do ritmo do governo anterior, muito lento; Ibaneis quer mais agilidade.

Uma coisa que o governador quer deixar claro é que não se trata de “uma perseguição política”; “é só uma adequação ao ritmo meio frenético do próprio governador”. Ibaneis estaria bem feliz com os secretários, mas nem tanto com as secretarias.

Em relação à saúde, a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, afirma que sempre defendeu o afastamento de “gestores do passado”. “A atual gestão precisa fazer um pente fino nas nomeações feitas pelo governo anterior. O DF já sofreu demais nas mãos do antigo governo.”

Rollemberg diz desconhecer os exonerados. Portanto, não aceita que essas irregularidades sejam colocadas na conta da gestão dele. E que sempre alertou sobre esquema de corrupção, de um lado; e “corporativismo ferrenho”, de outro.