”Está na hora de acabar”, diz Bolsonaro, em BH, sobre greve dos caminhoneiros

Jair Bolsonaro, presidential candidate for the Social Liberal Party (PSL), listens during a National Confederation of Municipalities (CNM) event at the International Convention Center of Brazil (CICB) in Brasilia, Brazil, on Wednesday, May 23, 2018. Brazil's presidential election race is quickly thinning and will ironically leave only seasoned politicians able to win a race marked by deep-seated, anti-establishment sentiment. Photographer: Sergio Lima/Bloomberg

“Não adianta o Brasil quebrar, porque vai quebrar na atual situação. Passou do limite”, disse o deputado Jair Bolsonaro

Juliana Cipriani Lucas Negrisoli *29/05/2018 10:12 –

O pré-candidato a presidente, deputado Jair Bolsonaro (PSL), afirmou  na manhã desta terça-feira (29) que a greve dos caminhoneiros passou do limite e tem que parar. “Não adianta o Brasil quebrar, porque vai quebrar na atual situação. Passou do limite”, disse.

A fala foi para centenas de pastores na Igreja Batista Getsêmani, em Belo Horizonte, onde ele participou de um culto.

O parlamentar disse ter gravado um vídeo dizendo que o protesto foi bem até  o momento mas tem que parar. “Ninguém está mudando de lado, tudo tem um limite. Humildemente tenho me dirigido a eles para que eles estudem a situação porque está chegando a um ponto que vai ficar irreversível”, afirmou.

Jair Bolsonaro durante culto, nesta terça-feira (29), na Igreja Batista Getsêmani, em Belo Horizonte – Foto: Gladystone Rodrigues/EM/D.A Press

Sem intervenção militar

O presidenciável classificou os pedidos de intervenção militar feitos por alguns grevistas e apoiadores dos caminhoneiros de “liberdade de expressão” e disse que esta não é sua defesa.

“Nunca defendi essa tese porque não está garantida na nossa Constituição. O que eles tem saudade é do período militar onde tudo era bem diferente do que acontece hoje em dia. Você respeitava a família, tinha uma educação de qualidade, o emprego era pleno, a violência quase não existia.

Eles querem paz. E qualquer instituição fardada transmite para eles disciplina”, afirmou.

Bolsonaro criticou a política do governo Michel Temer em relação aos caminhoneiros  e disse que se fosse ele o presidente a situação não teria chegado a este ponto. “O que a gente vai fazer é diferente dessa gente que está há 30 anos no país”, disse.

Bolsonaro também reclamou da “indústria das multas” nas estradas. Segundo ele os Pardais só querem arrecadar e não salvar vidas. O pré-candidato também criticou as condições das estradas e o valor do frete.

Disse ainda que era óbvio que os caminhões como eixo suspenso não pagar sem pedágio e isso já deveria ocorrer. “Quem paga a conta é a dona Maria é o seu João, que vão no supermercado”, disse.

Com anistia

Bolsonaro reafirmou que, se eleito, dará  anistia aos caminhoneiros e falou de um projeto da sua autoria que prevê a prisão de quem fecha as vias. Segundo ele quem está fechando as estradas são os infiltrados. “Onde porventura esteja havendo obstrução é de gente infiltrada do PT, da Cut ou seja lá o que for.”

Em entrevista, o pré- candidato reforçou o apelo aos caminhoneiros. ” Ninguém quer que o país quebre”, disse.

Bolsonaro disse que os caminhoneiros foram atendidos em parte. “Comigo não teria chegado a isso porque nós teríamos nos antecipado ao problema”

Questionado sobre a atuação do presidente Michel Temer, Bolsonaro disse que não o considera. “É um presidente sem moral, envolvido em corrupção como o anterior e ninguém acredita na palavra dele”, disse.

Apoio nas redes sociais

 

Durante a primeira semana da greve dos caminhoneiros, Jair Bolsonaro fez declarações constantes em apoio ao movimento nas redes sociais. O presidenciável chegou a afirmar que “Qualquer multa, confisco ou prisão imposta aos caminhoneiros será revogada por um futuro presidente honesto e patriota”.
Apesar do apoio, desde ontem o deputado mudou o tom nas declarações e apela, agora, para “que tudo volte à normalidade” para que a situação não “piore e caia na conta de vocês o que é de total responsabilidade do governo”.
 
*Estagiário sob supervisão do editor Benny Cohen Fonte: em .com .br