Acabada a campanha, cada um foi para o seu lado. Isso fez com que os principais nomes do grupo decidissem individualmente sobre o futuro
A derrota nas eleições dividiu de vez os grupos políticos encabeçados por José Roberto Arruda (PR) e Joaquim Roriz (PRTB). Mágoas da campanha e até dívidas fizeram com que os personagens da coligação deixassem de ter contato após o resultado da votação. Com isso, cada um deve decidir individualmente qual posição será adotada nos próximos quatro anos.
Após o anúncio de que o candidato do grupo ao governo, Jofran Frejat (PR), havia sido derrotado, houve promessas públicas de continuar a aliança. Arruda classificou uma vez mais a união com Roriz como “positiva”
Mesmo assim, acabada a campanha, cada um foi para o seu lado. Isso fez com que os principais nomes do grupo decidissem individualmente sobre o futuro.
Roriz já não estaria trabalhando com a possibilidade de ficar ao lado de Arruda e teria ficado mais próximo de outras forças. Sua filha Liliane, deputada distrital pelo PRTB, não descarta apoiar o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), por ter proximidade com ele e com o deputado federal eleito Rogério Rosso (PSD). Mesmo assim, a parlamentar reeleita garante que quer manter postura neutra, apoiando o que for positivo, mas fiscalizando as ações do governo.
Qual seria o sentido
A deputada federal Jaqueline Roriz (PMN) já começou a conversa soltando “Me explica qual o sentido de que nós nos reuníssemos depois da eleição”, brincou. Para ela, ainda não houve tempo sequer para que as lideranças definissem quais rumos fossem seguidos. Sobre os próximos anos, ela acredita que o melhor caminho seria uma “oposição equilibrada”.
“Andei conversando com minha irmã Liliane e nós entendemos que o melhor que podemos fazer é uma oposição construtiva. Várias vezes eu fui à tribuna para apontar aquilo que estava errado no governo, como o PPCUB e o contrato com a empresa de Singapura. É esse tipo de oposição que temos que fazer e ficar vigilantes”, explicou Jaqueline, que desistiu da reeleição após uma condenação por improbidade administrativa. Com apoio da família, ainda colocou o filho, Joaquim Roriz Neto, na disputa, mas não obteve sucesso.
Fraga prevê vida difícil
Um dos maiores opositores ao governo Agnelo vai sentar e observar. Eleito deputado federal, Alberto Fraga (DEM) tomará sua decisão após 100 dias da gestão de Rollemberg. Os motivos são simples: a falta de afinidade ideológica puxa para a oposição, mas, em caso de boas soluções, não há constrangimento para o apoio.
Apesar de considerar a possibilidade de se aliar ao governo, o presidente regional do DEM faz ressalvas, por acreditar que Rollemberg terá vida difícil.
O primeiro percalço deve ser a Câmara Legislativa. Caso fique firme em uma de suas promessas, de não negociar cargos no governo em troca de apoio, o novo governador pode sofrer represálias. “Se fizer o governo sem loteamento, vai ter muitas dificuldades. Sempre funcionou assim, na base do toma lá, dá cá. Vamos ver se consegue, mas não acredito que vá isso vá mudar”, opinou.
Apesar de achar obrigatório negociar cargos para uma boa governabilidade, Fraga garante que não pretende participar da gestão ou indicar nomes, em troca do apoio político.
A distrital Liliane Roriz (PRTB) confirma que não houve contatos do grupo após as eleições. Ainda assim, ela acredita que, mesmo separados, os integrantes da coligação pensarão no bem de Brasília, em primeiro lugar. “Tenho que responder por mim. Nós vamos aguardar o governo mostrar serviço. Principalmente porque é um momento em que a população pede aguarda melhorias, porque existe um abandono. Vamos cobrar do governador as promessas que ele fez”, defendeu.