Anticorpos do coronavírus “duram apenas 3 meses”, diz professor de medicina de Oxford

Pessoas que foram atingidas no pico da doença podem já estar em risco de nova contaminação.

Pessoas que tiveram o novo coronavírus no pico da pandemia já podem estar correndo risco de pegá-lo novamente, alertam especialistas.

Análises feitas em anticorpos que agem contra a Covid-19 – que os cientistas acreditam que poderiam nos proteger de uma reinfecção – são reduzidos em até 30% a cada mês.

John Bell, professor de Medicina da Universidade de Oxford, disse que isso significa que aqueles que pegaram o vírus em março podem ter perdido qualquer proteção que tinham.

Falando em um evento virtual, ele disse que os anticorpos podem se esgotar entre 10% e 30% a cada 30 dias. Ele afirma que a durabilidade dos anticorpos não é grande e “desaparece muito rapidamente”.

“Seis meses depois, as pessoas terão começado a perder seus anticorpos”, disse. Bell também alertou que acredita que as vacinas “não vão resolver o problema”.

John Bell, professor de medicina da Universidade de Oxford, durante declaração on-line. Foto: Reprodução.

Ele sugeriu que as pessoas poderiam receber uma nova vacina contra o coronavírus a cada ano em conjunto com a vacina contra a gripe. Além disso, disse que é importante desenvolver um bom teste caseiro que seja menos invasivo para as pessoas nas escolas e universidades, a fim de impedir a propagação.

Ele advertiu que as vacinas não serão produzidas a tempo de evitarmos uma segunda onda. “E também não tenho certeza se os novos testes para serem feitos em casa chegarão a tempo, mas acredito que, no Natal ou no início do ano novo, pode haver mais de uma opção de vacinas”.

Bell ainda comentou que um novo kit de teste caseiro para coronavírus – que deve custar em torno de 5 euros (equivalente a quase R$ 33,00) que daria resultado em minutos – pode ser aprovado no Reino Unido em algumas semanas.

Ele acrescentou que alguns dos testes foram “péssimos” na detecção do vírus devido à baixa taxa de precisão. Bell continuou: “Mas, outros parecem muito interessantes, com uma alta especificidade, que poderia estar na casa dos 90%”.

O secretário de Saúde do Reino Unido anunciou, esta semana, que os britânicos devem receber testes caseiros para impedir a propagação da Covid-19. Realizando os testes por contra própria, conseguiriam monitorar sozinhos a velocidade de propagação do vírus.

Fonte: R7SAÚDE – de Redação Jornal Ciência