Coronel reformado da PM, dono de empresa de armas no DF, é indiciado por estelionato

Militar reformado, Paulo José Barbosa de Abreu é suspeito de associação criminosa e estelionato — Foto: Arquivo pessoal

Uma operação da Polícia Civil cumpriu três mandados de busca e apreensão, na manhã desta sexta-feira (6), em endereços ligados ao tenente-coronel reformado da Polícia Militar Paulo José Barbosa de Abreu, de 50 anos. Ele foi indiciado por estelionato em mais de 30 casos relacionados à venda de armas. Ninguém foi preso.

O coronel é dono de uma empresa de armamentos em Taguatinga – a Spartacus Centro de Formação e Treinamento de Vigilantes – e faz sociedade com os dois filhos. Segundo as investigações, Abreu usava da patente de PM para “intimidar clientes” e, assim, não cumprir com a promessa de entrega das armas.

“Os sócios se recusaram a fazer as entregas das armas”, disse o delegado a frente do caso, Rodrigo Carboni, da Coordenação de Repressão a Fraudes (Corf). “Verificamos que isso não era um mero desacordo comercial, que na verdade, havia uma intenção de lesionar as vítimas”.

“Ele utilizava do cargo, mesmo que reformado, alegando que tinha influencia com outros órgãos, na tentativa de intimidar essas vítimas que estavam cobrando pelas armas de fogo.”

Fachada do estabelecimento onde as armas de fogo eram vendidas. — Foto: Tv Globo

Fachada do estabelecimento onde as armas de fogo eram vendidas. — Foto: Tv Globo

Os mandados foram cumpridos na casa do militar, em Taguatinga, e em endereços dos filhos dele, em Águas Claras. Nos locais, os agentes apreenderam documentos, pendrive, celulares e caixas vazias de armas de fogo.

G1 não localizou a defesa do suspeito. Já a PM informou que o militar foi para reserva em 2013 e disse que a corporação ‘não admite qualquer desvio de conduta” e que corregedoria “está prestando todo apoio às investigações”.

Denúncias

Ainda de acordo com a Polícia Civil, a empresa em nome do coronel é regular, e as supostas vítimas “encomendavam a arma de forma correta, dentro dos trâmites e exigências da lei”.

Até a publicação desta reportagem, a PCDF acumulava 38 denúncias contra o militar reformado. A estimativa é que o golpe tenha dado um prejuízo de R$ 200 mil.

A investigação – batizada de Crassus – começou há cinco meses. Segundo as vítimas, as armas custavam em torno de R$ 5,2 mil, e a maioria dos pagamentos era feita à vista.

Se comprovada a autoria do crime, o coronel, assim como os filhos, podem responder por estelionato e associação criminosa. Outra denúncia investiga a suposta venda de armas no mercado clandestino em Brasília.

fonte:  G1 DF.