CAPITAL EM MARCHA A RÉ

    A Brasília que iniciou 2015 sonhando com a F-Indy pode ficar sem nenhuma corrida na temporada. Reforma do autódromo está parada desde janeiro, sem perspectiva de retomada, enquanto o circuito se deteriora
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    Enquanto a papelada se perde entre os tribunais, a reforma do Autódromo Internacional Nelson Piquet entra no ostracismo. A pista está ao léu, à mercê dos efeitos do tempo. As obras viraram uma novela, agora em um hiato. Em dezembro de 2014, máquinas começaram a trabalhar no asfalto. Um mês depois, tudo parou. A pouco mais de dois meses de uma nova rodada de provas marcadas para Brasília, a inércia permanece. E o circuito se tornou um canteiro de obras com entulho acumulado.

    Em fevereiro, o governador Rodrigo Rollemberg visitou o autódromo na companhia do presidente do Tribunal de Contas do DF (TCDF), Renato Rainha. Nada aconteceu desde então. Depois de perder a Fórmula Indy, Brasília ficou sem a segunda etapa da Moto 1000 GP, agendada para 27 de setembro.

    Motivo constante de críticas, o asfalto até começou a ser substituído — são 5,4km de pista. Boxes e torres de cronometragem foram mandados abaixo. No entanto, seguindo recomendação do Ministério Público do DF e Territórios, o governo parou a reforma. O crédito suplementar de R$ 20,5 milhões, incorporado ao contrato com a Fórmula Indy, acabou bloqueado. No total, os gastos chegariam a R$ 251 milhões. Técnicos do TCDF encontraram indícios de sobrepreço, falhas no projeto de engenharia e duplicidade de serviços.

    O problema tornou-se jurídico. A capital não receberá mais a Indy, porém precisa reconstituir o autódromo. Para setembro, estão agendadas provas da Stock Car, do Brasileiro de Marcas, da Fórmula 3 e da Mercedez-Benz Challenge, no dia 13. A Vicar Promoções Desportivas organiza todas elas. O Correio entrou em contato com a empresa, mas não houve retorno.

    Brasília deveria ter recebido uma etapa da Stock em abril. A paralisação das máquinas, entretanto, fez com que a Vicar tirasse as provas do DF um mês e 20 dias antes da data prevista. Haveria também disputas do Campeonato Brasileiro de Marcas e da Fórmula 3. Nova Santa Rita (RS) herdou as corridas. Ainda aconteceu alteração de cidade na Fórmula Truck. A capital do país seria a anfitriã dos caminhões em 12 de abril, mas perdeu a etapa para Campo Grande (MS).

    Em nota, a Novacap nada esclareceu. Responsável pela execução da reforma, a empresa disse pretender dar continuidade ao trabalho. “O governo de Brasília procura uma solução jurídica para retomar as obras suspensas. Parte dos recursos está garantida pela Terracap para a reforma. Assim que houver liberação, a Novacap executará a obra”, escreveu ao Correio.

    Fonte: Correio Braziliense