DEIXEM A MULHER TRABALHAR

     

     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
    Deputado Ronaldo Fonseca critica a formação do “blocão” e propõe redução do número de ministérios, unanimidade política entre governo e ministério e a exigência de curriculum técnico para os ministros.
    A notícia da derrota do Governo nesta terça-feira, quando a Câmara dos Deputados aprovou por 267 votos a favor, 28 contra e 15 abstenções, a criação de uma comissão externa de deputados para ir à Holanda, na busca de informações sobre uma investigação que envolveria a Petrobras gerou uma crise política. A Comissão da Petrobrás, trouxe à tona a existência de um bloco de partidos descontentes que mostrou, na terça-feira, que tem força para bater de frente com o Governo.
    O “blocão”, como ficou conhecido, se gaba de ter a metade dos deputados como aliados o que garante poder de negociação com o governo na “partilha” dos benefícios políticos como a liderança de ministérios no Governo, por exemplo. O resultado é um entrave político provocado pelo “cabo de guerra” que tem numa ponta o governo e na outra o “blocão”, enquanto os parlamentares que não fazem parte do esquema ficam impedidos de trabalhar esperando o fim dos acordos políticos.
    O deputado federal Ronaldo Fonseca foi à tribuna protestar contra a existência do “blocão”. Depois de elogiar o trabalho do presidente Henrique Eduardo Alves que vem lutando pelo resgate da imagem da Câmara dos Deputados junto à opinião pública, e lembrar a importância da conclusão da reforma do Código de Processo Civil – CPC, que considerou um avanço, Fonseca lamentou que o bloco de partidos insatisfeitos com o Governo esteja gazetando os trabalhos na casa e criticou que a indicação dos ministros seja política e não técnica. Por que o ministro da fazendo não é meramente uma indicação política? E que outro ministério há que não exija que o ministro tenha conhecimento técnico como o ministério da fazenda? Questionou.
    Buscando uma saída para a crise que se instalou no Congresso com a formação do “blocão”, Fonseca propôs a diminuição do número de ministérios. O deputado propôs também que os ministros indicados sejam todos membros do mesmo partido do Presidente da República e que apresentem currículo comprovando competência técnica para o cargo, uma vez que não é possível que se realize concurso público para ministros. Segundo o deputado, isso acabaria com a disputa dos partidos pelos ministérios, traria qualidade ao serviço prestado pelos ministros que teriam conhecimento técnico da pasta e viabilizaria o trabalho do Presidente da República.
    Depois de reconhecer o bom trabalho da presidenta Dilma à frente da Nação, embora, segundo ele, tenha algumas criticas ao governo do PT, Fonseca gritou na tribuna: Deixem a mulher trabalhar! Em seguida criticou a maneira de se fazer política usando os ministérios e disse que é preciso separar política de administração pública. Politica rasteira não serve para esta Nação porque não é feita com altruísmo afirmou.
    O deputado concluiu sua fala lembrando que, ao ser eleito, um Presidente tem que administrar o País, mas o jogo de interesses dos partidos de olho nos ministérios atrapalha o trabalho do Governo.