Ajuda internacional à Ucrânia pode diminuir com o potencial apoio a Israel
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, traçou nesta segunda-feira (9) paralelos entre o Hamas e a Rússia, como um lembrete de que o conflito na Ucrânia continua, apesar do desvio da atenção e potencialmente da ajuda para outra parte do mundo.
– Nestes dias a nossa atenção está centrada no Oriente Médio. Ninguém jamais será capaz de esquecer o que os terroristas fizeram em Israel – disse o presidente ucraniano, de origem judaica, durante um discurso por teleconferência na sessão anual da Assembleia da Otan realizada em Copenhague.
– E os próprios israelenses, os jornalistas israelenses que estiveram aqui na Ucrânia, que estiveram em Bucha, agora dizem que viram o mesmo mal que foi causado ali pela Rússia – declarou Zelensky.
O presidente ucraniano sustentou que a única diferença é que no caso de Israel quem atacou foi “uma organização terrorista”, em referência ao movimento islâmico Hamas, enquanto no caso da Ucrânia quem atacou foi “um Estado terrorista”.
– As intenções declaradas são diferentes, mas a essência é a mesma. Vê-se o mesmo sangue nas ruas, os mesmos carros civis alvejados, os mesmos corpos de pessoas torturadas – lamentou.
Zelensky também frisou que, tal como o Irã apoia o Hamas, o faz também com a Rússia por meio do fornecimento dos drones kamikaze Shahed utilizados na Ucrânia.
O apelo do presidente para que não se esqueça da Ucrânia acontece em um momento em que Kiev já está preocupada com a continuidade da ajuda militar e financeira dos Estados Unidos, em meio a divergências entre alguns republicanos no Congresso sobre a assistência à Ucrânia.
Agora, que a atenção se voltou para Israel, seus problemas podem aumentar ainda mais.