Venezuela: Maduro alega ser alvo de tentativa de golpe de Estado

Ditador chavista disse que questionamentos da oposição e de outros países possui “caráter fascista”

Após pressão internacional e da oposição venezuelana, o Ministério das Relações Exteriores de Lula se pronunciou sobre as eleições no país vizinho. Na nota, emitida nesta segunda-feira (29), a pasta elogia o “caráter pacífico” com que o pleito foi conduzido neste domingo (28); contudo, afirma que só reconhecerá ou rejeitará o resultado após o Conselho Nacional Eleitoral publicar as atas com os dados de cada mesa de votação.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, alegou, nesta segunda-feira (29), que está em andamento uma tentativa de golpe de Estado “de caráter fascista”, em meio aos questionamentos sobre a sua reeleição, anunciada neste domingo (28) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e rejeitada pela oposição e grande parte da comunidade internacional.

– Estão tentando impor um golpe de Estado na Venezuela, novamente, de caráter fascista e contrarrevolucionário – disse Maduro durante o ato de proclamação como presidente reeleito, na sede do CNE, em Caracas.

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Maduro declarou ainda que esse é “o mesmo filme” e “com um roteiro semelhante” ao vivido em 2019, no qual “os protagonistas” são “os mesmos”, de um lado “o povo que quer a paz” e, de outro, “as elites cheias de um projeto contrarrevolucionário, fascista, atrelado ao império americano”.

Ele acrescentou que “estão ensaiando os primeiros passos fracassados para desestabilizar a Venezuela” e impor “novamente” um “manto de agressão e dano”, uma “espécie de filme [Juan] Guaidó 2.0”, em referência ao período em que o oposicionista se autoproclamou presidente interino do país, um mandato reconhecido por cerca de 50 países e que ele nunca conseguiu exercer, sem instituições e poder real.

– Digo aos conspiradores, aos envolvidos e àqueles que apoiam essa operação contra a democracia venezuelana que já conhecemos o filme e que desta vez não haverá fraqueza alguma. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação serão impostos – enfatizou.

O chavista afirmou que “a mesma ultradireita, os mesmos grupos liderados pelo imperialismo americano, os mesmos países” estão por trás desse plano de golpe.

Essa declaração foi feita minutos depois de nove países (Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana) pedirem uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar dos resultados das eleições na Venezuela.

Outras nações também expressaram preocupação com as alegações de fraude da oposição, ao mesmo tempo em que pediram às autoridades que garantam a transparência do processo e permitam uma contagem detalhada dos votos.

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Após pressão internacional e da oposição venezuelana, o Ministério das Relações Exteriores de Lula se pronunciou sobre as eleições no país vizinho. Na nota, emitida nesta segunda-feira (29), a pasta elogia o “caráter pacífico” com que o pleito foi conduzido neste domingo (28); contudo, afirma que só reconhecerá ou rejeitará o resultado após o Conselho Nacional Eleitoral publicar as atas com os dados de cada mesa de votação.