Venezuela inicia exercícios militares em ilha do Caribe em meio a tensões com os EUA

TV estatal venezuelana exibiu imagens de embarcações anfíbias e navios de guerra deslocados para La Orchila, onde funciona uma base da Marinha do país.

Venezuela inicia exercícios militares em ilha do Caribe em meio a tensões com os EUA

O ministro da Defesa da Venezuela anunciou que o país iniciou exercícios militares nesta quarta-feira (17), em meio às tensões com os Estados Unidos.

A TV estatal também exibiu imagens das embarcações anfíbias e dos navios de guerra deslocados para La Orchila, onde funciona uma base da Marinha venezuelana.

Ministro da Defesa da Venezuela anuncia exercícios militares em ilha do Caribe — Foto: Reprodução

Ministro da Defesa da Venezuela anuncia exercícios militares em ilha do Caribe — Foto: Reprodução

Os exercícios, que se prolongarão por três dias, contam com 12 navios militares, 22 aeronaves e 20 embarcações de menor porte da “Milícia especial naval”, detalhou o vice-almirante da Marinha venezuelana Irwin Raúl Pucci.

O anúncio da operação, intitulada “Caribe Soberano 200”, foi feito horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que uma terceira embarcação que circulava em frente ao litoral da Venezuela foi “eliminada” pela frota militar dos EUA que navega na área.

Outro ataque havia sido feito na segunda-feira (15) e o primeiro, no início de setembro, quando 11 pessoas morreram.

A ilha La Orchila, um território de 43 quilômetros quadrados, encontra-se a 97 milhas náuticas do estado venezuelano de La Guaira e perto de onde os Estados Unidos interceptaram uma embarcação pesqueira venezuelana no fim de semana.

Nicolás Maduro fala de ‘agressão’ dos Estados Unidos contra a Venezuela

Nesta segunda-feira (15), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o país está sofrendo uma “agressão” por parte dos Estados Unidos.

Em um discurso para a imprensa nacional e do exterior, cinco semanas após o começo das tensões entre os dois países, Maduro falou das ameaças que vem recebido e disse que a Venezuela está apenas exercendo seu “direito legítimo à defesa”.

Neste fim de semana, o presidente venezuelano convocou reservistas, milicianos e jovens alistados a comparecer em quartéis de todo o país para treinamentos de tiro.

“Faz cinco semanas que a Venezuela foi ameaçada. O que fizemos nesse período? Unir, empoderar e treinar o povo venezuelano, e defender a nossa verdade. Muitos da mídia continuam classificando como tensão… Não é uma tensão. É uma agressão em todas as linhas: judicial – quando nos criminalizam -, política – com suas ameaças diárias -, diplomática e militar. E a Venezuela está, protegida pelas leis internacionais, para responder a essa agressão. Eles não estão lutando pela paz. Eles usam uma mentira como desculpa para justificar uma escalada militar e um ataque criminoso contra a Venezuela”, defendeu.

Nicolás Maduro em encontro com jornalistas — Foto: REUTERS

Nicolás Maduro em encontro com jornalistas — Foto: REUTERS

No dia 19 de agosto, o governo norte-americano anunciou que iria usar “toda a força” contra o governo de Nicolás Maduro, justificou a ação como parte de uma operação contra o narcoterrorismo, e enviou navios de guerra para o Mar do Caribe.

Atualmente, oito navios da Marinha dos EUA estão em áreas próximas da Venezuela. Há uma semana, o secretário de Guerra do país, Pete Hegseth, fez uma visita surpresa a um deles.

Ao defender sua decisão de convocar a população para treinamentos militares, Maduro enumerou todo o arsenal mobilizado pelos EUA:

“1.200 mísseis apontados para a Venezuela, um submarino nuclear, 10 jatos F-35 e, de acordo com a governadora de Porto Rico, toda a ilha pronta para invadir o nosso país”.

Questionado por uma repórter do jornal americano “The New York Times” sobre o ataque dos EUA, no dia 2 de setembro, contra um barco que, de acordo com Donald Trump, estava carregado com drogas, Maduro insinuou que as imagens são antigas e foram alteradas com inteligência artificial, mas não acusou o presidente americano. Respondeu que o republicano deveria “ordenar uma investigação sobre quem lhe deu esse vídeo”.

Fonte: G1