Fortes chuvas causaram deslizamentos e alagamentos na tarde de terça-feira
Pelo menos 38 pessoas morreram em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, devido a deslizamentos e alagamentos causados pelas chuvas que atingiram a cidade na tarde de terça-feira, 15, confirmou a Defesa Civil de Petrópolis nesta quarta-feira, 16.
Mais de 180 militares trabalham no atendimento à população. Equipes especializadas em busca e salvamento foram enviadas para reforçar o socorro, com apoio de viaturas do tipo 4×4 e botes.
Oito ambulâncias extras foram empenhadas para atender a região e outras 10 viaturas do Corpo de Bombeiros do Estado estão sendo enviadas para a cidade na madrugada desta quarta-feira. Há previsão de envio de cerca de 10 aeronaves das forças de segurança do Estado para auxiliar nos trabalhos.
No local conhecido como Morro da Oficina, no Alto da Serra, a Defesa Civil estima que 80 casas tenham sido afetadas. Em outras regiões, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e nas ruas Uruguai, Whashington Luiz e Coronel Veiga também há registros.
Foram mobilizados agentes de diversas secretarias, como de Obras, Serviço, Segurança e Ordem Pública, Saúde, Educação, além da Companhia Municipal do Desenvolvimento de Petrópolis e CPTrans para atender a população.
Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro
Foto: BRUNO KAIUCA/ZIMEL PRESS
Em uma hora choveu 113 milímetros em Petrópolis – em seis horas, a chuva atingiu 175 milímetros, o equivalente a um mês inteiro. Além de dezenas de pontos de alagamento, o temporal arrastou carros e causou a queda de barreiras.
A rodovia Rio-Petrópolis foi parcialmente interditada na altura do km 82, nas imediações do terminal rodoviário do Bingen, devido à queda de uma barreira.
A prefeitura informou ainda ter decretado estado de calamidade pública em virtude das fortes chuvas que afetaram a cidade. “Equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento de vítimas. Além da Defesa Civil, agentes da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis, de Serviços, Segurança e Ordem Pública, de Obras e de demais áreas do governo seguem no suporte às 95 ocorrências registradas até o momento”.
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Segundo a prefeitura, trechos inundados ou alagados por causa do volume elevado de chuva começaram a ser liberados, facilitando o acesso do socorro por parte dos órgãos competentes, como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.
O núcleo de chuva que atuou no município nas últimas horas já se afastou da cidade, segundo a prefeitura, mas permanece a previsão de chuva nas próximas horas, com intensidade fraca a moderada.
A maior parte dos deslizamentos foi registrada nas localidades do Quitandinha, Alto da Serra, Castelânea, Centro, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora. Houve alagamentos por diversos pontos da cidade – os 11 registrados pela Defesa Civil foram das regiões do Alto da Serra, Corrêas, Centro e Mosela.
#Petropolis se acabando pic.twitter.com/Zc4AAdA1sF
— A m a n d a ??? ?? (@aquariana1202) February 15, 2022
Estou arrasado pelo que está acontecendo com Petrópolis/RJ hoje. Um caos. Fico indignado em ver que a prefeitura faz vista grossa pra essa situação que se encontra algumas casas.
Morei lá e sei que toda chuva é uma catástrofe. pic.twitter.com/MPFmofHtJ0— Peter (@peterjordan100) February 15, 2022
Petrópolis, Rio de Janeiro. Já são 34 mortos.
O homem mexe há tempos com a mãe natureza.
Ela reage.
Tempos estranhos, mudanças climáticas, chove em um dia mais do que o previsto para um mês.
Trágico!pic.twitter.com/XKC4TaluFv— Mauro Cezar (@maurocezar) February 16, 2022
Orem por pela população de Petrópolis. pic.twitter.com/Hz0vaGQyn7— Rafael (@Rafaeltwin) February 15, 2022
Em 2011, as fortes chuvas na Região Serrana do Rio deixaram mais de 900 mortos. É considerada a maior tragédia climática da história do Brasil. Em 2001, foram 57 mortos em Petrópolis. Em 2013, outra tragédia por causa da chuva, com 33 mortos.
Bolsonaro pede auxílio imediato
O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu aos ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) “auxílio imediato” às vítimas das chuvas em Petrópolis (RJ).
“De Moscou tomei conhecimento sobre a tragédia que se abateu em Petrópolis/RJ. Fiz várias ligações para os Ministros @rogeriosmarinho e Paulo Guedes para auxílio imediato às vítimas, bem como conversei com o @DefesaGovBr General Braga Netto, que me acompanha na Rússia”, publicou no Twitter o presidente, que está em visita oficial à Rússia.
De acordo com Bolsonaro, ele também conversou com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). “Retorno na próxima sexta-feira e, mesmo distante, continuamos empenhados em ajudar ao próximo. Deus conforte aos familiares das vítimas”, finalizou o chefe do Executivo, na mesma rede social.