Candidata tentou atacar Nunes, mas não esperava as críticas de quem mora no bairro
Para atacar a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a candidata à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB), gravou um vídeo na Escola Municipal de Ensino Fundamental Miltom Campos, na Brasilândia, região Norte da capital, que registrou a pior nota do IDEB de 2023.
A deputada federal conversou com mãe de alunos que ainda não sabem ler e escrever, prometendo que, caso seja eleita, São Paulo terá a melhor educação do país.
A propaganda eleitoral, porém, não agradou aos funcionários, ex-funcionários, pais de alunos e moradores da região, uma das periferias mais carentes da cidade, que fizeram vários comentários críticos à deputada.
Uma ex-professora disse que Tabata Amaral desrespeitou o corpo docente da escola, que são os homens e mulheres que ensinam as crianças carentes, os verdadeiros responsáveis pela alfabetização dentro do ambiente escolar.
– Trata-se de uma comunidade sem perspectivas, explicada pelo total abandono social na qual está inserida e essa ausência de esperança de melhora acaba atingindo em cheio os alunos e seus familiares, desencadeando assim resultados que infelizmente ficam aquém do que principalmente os professores esperam obter. Conheço parte do corpo docente atual e o considero capazes, compromissados, e muito competentes na arte de ensinar, são criativos e engajados no desafio diário e não devem ser de forma alguma responsabilizados por nada! – escreveu a professora.
E continuou:
– Pois bem Sra Tábata Amaral, onde está na sua infeliz matéria, a fala dos professores? Eles inexistem para a senhora? Por que não os ouviu? Por que não deu voz às suas angústias? Eles são seres humanos e merecem todo o respeito, por sua excelência em ensinar, por sua árdua dedicação, sem valorização, sem reconhecimento – disse a profissional.
Um morador da Brasilândia fez outros questionamentos, falou das crianças com dificuldades de aprendizado e que no mesmo bairro há escolas com boas taxas de aprovação do Ensino Técnico, o que indica o bom ensino.
– Foi cobrar as mães que não levam os filhos pra fazer avaliação quando a escola percebe possíveis necessidades de atenção especializada? Você também conversou com escolas na Brasilândia com alto índice de aprovação em ETECs? Conversou com seus familiares? Ouviu os professores? – questionou.
Outros internautas também se manifestaram, disseram que ela desrespeitou as periferias, pois a questão da educação nessas localidades ultrapassa os muros das escolas.
Uma professora apontou para a falta de apoio das famílias e mencionou a quantidade de falta dos alunos como um dos problemas da escola.
– Prazer, sou uma das professoras da sala de leitura que você ouviu dizer que a escola não tem! Deveria conhecer melhor o nosso empenho nessa comunidade, o nosso esforço em fazer com que os alunos frequentem a escola para serem alfabetizados e todas as justificativas de alguns pais para o excesso de falta dos estudantes!
A professora diz ainda que a candidata está propagando fake news para se eleger.
– É exatamente sobre isso mentiras e bases infundadas que candidatos se elegem, e infelizmente a pessoa que ouviu dizer e produz uma fake news se considera apta a concorrer a um cargo desse.
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