O país se prepara para receber a primeira loja física da marca asiática

O governo da França anunciou nesta quarta-feira (5) que iniciou um procedimento para suspender o acesso à plataforma online da Shein até que a empresa prove que seu conteúdo está em conformidade com a lei francesa. A medida foi tomada após uma controvérsia sobre bonecas sexuais com características infantis que foram encontradas listadas no site da gigante da moda.
A decisão ocorreu no mesmo dia em que a Shein abriu sua primeira loja permanente em Paris, dentro de uma das lojas de departamento mais icônicas da cidade.
A abertura atraiu multidões de compradores, bem como manifestantes no BHV Marais, incluindo um pequeno grupo com cartazes contra a Shein que interromperam brevemente o dia de abertura antes de serem escoltados para fora pela segurança.
Em resposta, a Shein se comprometeu a trabalhar com as autoridades francesas e disse que vai “abordar quaisquer preocupações rapidamente, como sempre fizemos, e estamos buscando diálogo com as autoridades e órgãos governamentais sobre esta questão”.
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A França advertiu, nesta segunda-feira (3), que pode vir a proibir a plataforma comercial chinesa Shein caso haja reincidência em práticas como a venda de bonecas de caráter sexual, além de “aparência infantil”, pelas quais foi repreendida nos últimos dias.
– Quero ser muito claro: se esses comportamentos se repetirem, teremos o direito de solicitar que o acesso da plataforma Shein ao mercado francês seja proibido. É o que estabelece a lei – afirmou o ministro da Economia francês, Roland Lescure, em entrevista à rede de televisão BFM e à emissora de rádio RMC.
Lescure explicou que esse tipo de medida pode ser tomado em caso de atos terroristas, tráfico de drogas e objetos de natureza pedófila, se a plataforma não tiver retirado os produtos em questão em menos de 24 horas ou se houver reincidências no futuro.
O ministro afirmou que há uma investigação na justiça para identificar as razões pelas quais as bonecas sexuais eram vendidas no site.

A Direção Geral da Concorrência, do Consumo e da Repressão das Fraudes (DGCCRF) francesa havia dado o alerta no último sábado (1º), após constatar “que o site de comércio eletrônico Shein comercializava bonecas sexuais com aparência infantil”.
– Sua descrição e categorização no site tornam difícil duvidar do caráter pedopornográfico do conteúdo – afirmou a agência em comunicado.
A Shein divulgou um comunicado confirmando a retirada dos produtos em questão e garantindo que “mantém uma política de tolerância zero em relação a qualquer conteúdo ou produto que infrinja as políticas da plataforma ou as leis aplicáveis”.
– Levamos este assunto muito a sério. Este tipo de conteúdo é totalmente inaceitável e vai contra tudo o que defendemos. Estamos tomando medidas corretivas imediatas e reforçando nossos controles internos para evitar que isso aconteça novamente – enfatizou a empresa.
A companhia também confirmou uma investigação interna sobre de que forma essas bonecas contornaram as medidas de controle do site.
Em outubro, a Shein anunciou que iria abrir sua primeira loja física em Paris, na loja de departamentos BHV, que normalmente comercializa produtos franceses.
Por se tratar de um local histórico e famoso de Paris, a chegada da gigante chinesa de baixo custo causou grande comoção, e uma petição online ultrapassou 100 mil assinaturas contra o empreendimento, mas o projeto continua em andamento, com a data de inauguração da loja da Shein prevista para 5 de novembro.
*Com informações da Agência EFE






