Servidora chamou polícia para retirar jornalistas do local. Mulher foi afastada do cargo, segundo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde, responsável pelas Upas.
Na manhã desta sexta-feira (12), uma equipe da TV Globo estava fazendo uma reportagem sobre os efeitos da seca e das queimadas na saúde dos moradores do Distrito Federal quando foi expulsa da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Paranoá.
Segundo matéria do G1 DF, Reportagem é impedida de conversar com pacientes na UPA do Paranoá.
Depois de impedir que o repórter Geraldo Becker ficasse dentro da unidade, sem câmera, para conversar com algumas pessoas que esperavam por atendimento, e que a equipe permanecesse do lado de fora da Upa, uma servidora chamou a Polícia Militar. A mulher disse ser coordenadora da enfermagem, mas não quis dizer o nome.
Logo, cinco viaturas da PMDF estavam no local. Os PMs constataram que a reportagem estava exercendo seu papel, e que havia feito nenhuma imagem sem autorização, e foram embora.
De acordo com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, que administra a UPA, a mulher foi afastada. O Iges disse ainda que “lamenta o ocorrido” e que o caso está sendo investigado ().
Crise na saúde
Crise na saúde do DF
Na UPA do Paranoá, nesta sexta-feira (12), pacientes reclamaram da demora no atendimento e muitos foram embora sem consultar. Também no Paranoá, uma mulher morreu, na quarta-feira (10), após procurar o Hospital Regional Leste, no Paranoá, com fortes dores no peito.
Segundo a família, Marlúcia Machado, de 51 anos, recebeu alta depois de ser diagnosticada com “crise de ansiedade” pelos médicos. Em abril e maio, pelo menos quatro casos de mortes de crianças na rede pública de saúde foram denunciados:
O que diz o Iges-DF sobre a proibição da reportagem de conversar com pacientes que estavam na Upa do Paranoá
“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal informa que a colaboradora envolvida em uma situação com um repórter na manhã de hoje, na Unidade de Pronto Atendimento do Paranoá, já foi afastada de suas funções e que o caso está sendo investigado.
O IgesDF lamenta o ocorrido e reforça que preza pela transparência, pela boa relação com a imprensa e repudia qualquer tipo de atitude que vá em desacordo com as normas do Instituto.
O IgesDF reitera que está sempre aberto ao diálogo com a imprensa e segue buscando a melhoria no atendimento.”
O que diz a PMDF
“Na manhã desta sexta-feira (12) a equipe de profissionais da UPA do Paranoá solicitou o apoio da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para que ajudassem a evitar que fossem feitas imagens no interior da unidade.
Além disso, foi solicitado também pela própria equipe de reportagem o mesmo tipo de apoio. Diante da situação, viaturas da PMDF foram deslocadas para a UPA do Paranoá e após diálogo com as partes envolvidas, foi estabelecido um consenso para que as gravações fossem realizadas na área externa da unidade de saúde.”