Segundo matéria do Metrópoles , FBI libera documentos com acusações contra jornalista Patrícia Lélis
Metrópoles teve acesso ao detalhamento do modus operandi de Patrícia Lelis. Dinheiro desviado foi para comprar casa e reformar banheiro
A última publicação de Patrícia nas redes sociais foi feita nessa quarta-feira (3/4), em que critica a acusação de que o filho de Lula teria cometido violência contra a ex-namorada, conforme noticiou o Metrópoles em primeira mão

Foragida há mais de 80 dias do FBI [Federal Bureau of Investigation], as acusações contra a jornalista Patrícia Lélis, 30 anos, somam 12 páginas, com o modus operandi, as intenções, o uso de dinheiro e até a cronologia para aplicar os supostos golpes.
O Metrópoles teve acesso aos documentos usados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos para transformar a brasiliense em ré por fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado.
O documento lista e-mails enviados por Lélis se passando por pessoas fictícias e até mesmo reais para ganhar confiança de imigrantes. A jornalista teria inventado a figura de Jeffrey Willardsen para se passar por um funcionário de investimento imobiliário do Texas, com o propósito de transmitir segurança à transação e obter dinheiro.
A investigação apurou trocas de e-mail desde 22 de setembro de 2021 até 30 de maio de 2023, com as transferências bancárias para Lélis. Ao todo, ela teria causado prejuízos de US$ 700 mil, o equivalente a R$ 3,4 milhões aos clientes.
Veja as mensagens:
Patrícia Lélis é acusada de fraudar e dar golpe em imigrantes Reprodução instagram

Cronograma de movimentações e transações de Patrícia Lélis Reprodução

Tradução livre de trachos: de forma consciente e intencional Patrícia Lélis elaborou um esquema para obter dinheiro por meio de informações materialmente falsas e fraudulentas, fazendo declarações falsas e investimentos […] Lélis mentiu sobre suas qualificações profissionais e interações com os Estados Unidos, agências governamentais, tribunais e funcionários, e transações financeiras deturpadas, supostamente conduzida em nome de seus clientes, ao mesmo tempo em que se apropria indevidamente de fundos de investidores para seu benefício pessoal”. Reprodução

Tradução livre: “era o propósito e o objetivo do esquema que a acusada enriquecesse e financiasse seu estilo de vida às custas de investidores imigrantes e outros”. Reprodução

Documento assinado pela promotoria dos EUA Reprodução

Patrícia Lélis é acusada de fraudar e dar golpe em imigrantes Reprodução instagram
Segundo a investigação americana, Lélis se passava por uma advogada especializada em imigração para conseguir vistos permanentes a brasileiros. Ela teria até mesmo falsificado um documento fundamental para que uma pessoa adquira propriedade no estado do Texas.
Falsificação
O documento também informa que Lélis teria usado o nome de um advogado conhecido no país, junto à assinatura e o carimbo dele. Em outro momento, ela também teria indicado um juiz da área de imigração autorizando que o processo de uma das vítimas seguisse. Ela ainda informa que peticionaria a ação na semana seguinte à conversa.
As investigações apontaram que Lélis agia em esquema para enriquecer e financiar o seu estilo de vida (lifestyle) às custas de investidores americanos. Ela teria usado o dinheiro dessas pessoas para dar entrada em sua casa no condado de Arlington, no estado da Virginia, além de reformar o banheiro e pagar as dívidas de cartão de crédito pessoal.
Ativa nas redes socias, Patrícia Lélis é foragida do FBI desde 12 de janeiro. Se condenada, pode pegar até 20 anos de prisão.
A última publicação de Patrícia nas redes sociais foi feita nessa quarta-feira (3/4), em que critica a acusação de que o filho de Lula teria cometido violência contra a ex-namorada, conforme noticiou o Metrópoles em primeira mão
Em fevereiro, quando estava há mais de um mês foragida, Lélis confirmou que está sendo procurada. “Sim, o FBI no USA está me ‘procurando’. Mas já sabem exatamente onde estou como exilada política. Foram meses de perseguições e falsas acusações”, disse.
“Meu suposto crime: não aceitei que me fizessem de bode expiatório contra aqueles que considero como meus irmãos por cultura e principalmente por lado político e, sim, ‘roubei’ todas as provas que pude para mostrar o meu lado da história e garantir minha segurança”, completou a brasileira.
Fonte: Metrópoles