Prisão de Bolsonaro irrita STF e pode ser revista, diz Folha

Foto oficial dos ministros do STF, com a composição atual completa Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
Foto oficial dos ministros do STF, com a composição atual completa Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Ministros ouvidos por Mônica Bergamo consideram que a medida foi exagerada

A decisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de colocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar causou desconforto entre outros magistrados da Corte. As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Ministros ouvidos pela jornalista consideram que a medida foi exagerada, desnecessária e frágil do ponto de vista jurídico. A avaliação é compartilhada até por integrantes da Primeira Turma, responsável por julgar o caso, e também por membros de outras turmas do STF.

A expectativa é que Moraes possa rever sua própria decisão, embora ministros reconheçam que ele raramente volta atrás, mesmo diante de ponderações dos colegas. Caso ele mantenha a ordem, a Primeira Turma poderia derrubá-la, algo difícil, mas não impossível.

A prisão ocorreu após Bolsonaro se manifestar por telefone a apoiadores em Copacabana, no domingo (3). A fala, transmitida por viva-voz pelo senador Flávio Bolsonaro, dizia:

– Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos.

Para colegas de Corte, a fala não justificaria a prisão, já que o próprio Moraes havia autorizado Bolsonaro a discursar em eventos públicos ou privados. Ainda segundo a colunista, a contradição enfraqueceria a imagem do Supremo num momento de forte pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos.

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