
Rildo Soares, suposto serial killer, 33 anos, suspeito de pelo menos seis mortes em Rio Verde e outros crimes na Bahia, apresenta um padrão violento e característico em seus atos. Segundo o delegado Adelson Candeo, titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH), a assinatura do suspeito é marcada pela desfiguração do rosto das vítimas e, em muitos casos, pelo uso do fogo para apagar suas identidades.
Entre os casos investigados em que o suspeito pode ter usado fogo está a morte de Monara Pires Gouveia, 31 anos. O rosto da vítima foi completamente destruído pelas chamas após ela ser espancada e sofrer um traumatismo cranioencefálico. Segundo o laudo cadavérico, Monara ainda estava viva quando foi incendiada. “Veja que a face das vítimas deles são completamente destruídas. A Monara ficou com o rosto completamente destruído pelo fogo” afirmou Candeo

O corpo de Elisângela da Silva Souza, 26, encontrado no dia 12, apresentava marcas de espancamento na cabeça, possivelmente provocadas por pedra ou pedaço de madeira, o que também resultou na desfiguração do rosto. “A Elisângela teve o rosto completamente destruído pelas pancadas. O rosto dela estava destruído, a cabeça dela estava destruída”, disse. Para o delegado, Rildo poderia usar qualquer objeto disponível para demonstrar poder, desumanizando a vítima e reduzindo-a a mero objeto de violência
Outro crime atribuído a Rildo ocorreu em 29 de agosto, quando Alexania Hermógenes Carneiro, cerca de 40 anos e em situação de rua, foi encontrada em um terreno baldio próximo ao Clube Dona Gercina, em Rio Verde, com sinais de espancamento. Para a polícia, a repetição de elementos como a destruição do rosto e o uso do fogo reforçam a hipótese de um assassino em série. “É impossível que outro homem pratique um crime exatamente da mesma forma que ele mata as outras duas”, completou Candeo.
Em maio, consta um processo ainda em andamento que indiciou Rildo por furto, roubo e dano ao patrimônio. Segundo os autos, ele teria roubado um carro e, em seguida, incendiado o veículo. Em audiência, alegou que o incêndio ocorreu devido a um curto-circuito. Na ocasião, foi solto mediante pagamento de fiança de R$ 5 mil.
Depoimentos e negações
Em interrogatório, Rildo admitiu ter estado com as vítimas, mas negou as execuções, chegando a afirmar que Monara, além de envolvimento sexual, trabalhava como diarista em sua residência. “Ele fala que a Monara fazia programas com ele, que ela limpava a casa dele e que esteve no dia em que elas morreram, junto com elas. Ele apenas nega ter executado as duas”, explicou o delegado.
Atualmente, o suspeito é investigado por três feminicídios, furto, ocultação de cadáver, tentativa de estupro e latrocínio, além de dois desaparecimentos. O delgado também apuram ainda a ligação dele com outros crimes violentos em Goiás e na Bahia.
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Segundo Candeo, a ex-mulher se sentiu culpada por não perceber o caráter criminoso de Rildo
Publicado em: 20/09/2025 16:20
Ex-companheira se diz culpada por não perceber sinais de violência (Foto: reprodução / redes sociais)

Em meio às apurações, a ex-esposa do suposto serial killer Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, prestou informações importantes à polícia nesta nesta sexta-feira (19).
O delegado Adelson Candeo, titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Rio Verde, afirmou que, a ex-companheira relatou aspectos da personalidade de Rildo e mencionou um possível crime cometido por ele na Bahia, em um local que costumavam frequentar juntos. “Hoje ela acredita que possa ter sido ele. Depois que ele foi preso, ela passou a relacionar o caso com características semelhantes às mortes registradas em Goiás”, disse Candeo.
De acordo com o investigador, após a prisão do ex-companheiro, a mulher começou a entender os sinais perturbadores no comportamento de Rildo que causavam tanta estranheza. “Falou bastante sobre a personalidade dele e sobre um possível crime que ele teria cometido em Salvador, além de outro feminicídio com as mesmas características, provavelmente praticado por ele, pela forma como a vítima foi encontrada e pelo local também, já que é um lugar extremamente ermo e que eles costumavam frequentar juntos”, relatou o delegado.
Sinais de perigo passaram despercebidos, diz ex-esposa
A mulher, que mora na Bahia, disse ainda se sentir culpada por não ter percebido o comportamento criminoso do marido. “Ela tem se sentido muito culpada por não ter percebido o caráter criminoso desse indivíduo, porque ele falava muito sobre mortes, almas, perturbação mental sobre mortos, mas ela sempre imaginou que isso fosse algo da estranheza dele”, completou Candeo.
O delegado ressaltou que, apesar da separação após os crimes, o relacionamento formal ainda não foi rompido. “Eles estão casados até hoje, na verdade. Ela apenas disse que agora, depois desses crimes, se considera a ex-esposa dele”, contou. Para Candeo, a mulher também relatou que mesmo separados há cerca de oito meses, Rildo costumava ligar para ela com frequência, como se ainda estivessem casados.
Atualmente, o suspeito é investigado por três feminicídios, furto, ocultação de cadáver, tentativa de estupro e latrocínio, além de dois desaparecimentos. O delgado também apuram ainda a ligação dele com outros crimes violentos em Goiás e na Bahia.
Fonte: Mais Goiás