‘Pior do que o juiz que não conhece o direito, é o juiz incoerente’, diverge Fux

Luiz Fux foto reprodução do you tube
Luiz Fux foto reprodução do you tube

Voto vencido, ministro defendeu que julgamento de Jair Bolsonaro ocorra no plenário do STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decide se aceita ou não a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados sobre uma suposta trama golpista após o resultado das eleições de 2022. As sessões para a deliberação ocorrem nesta terça (25) e quarta-feira (26).

O colegiado aprecia alguns requerimentos, como o pedido feito pela defesa dos acusados de levar o caso ao plenário da Corte, impedindo a tramitação na Primeira Turma, já que, segundo os advogados, há incompetência para julgar, e, também, impedimento do STF.

Por 4 a 1, o colegiado manteve o caso na Primeira Turma, rejeitando levá-lo ao plenário da Corte, composto pelos 11 magistrados.

O único voto divergente foi o do ministro Luiz Fux, que entendeu que o caso tem de ser levado ao pleno do tribunal. O ministro iniciou seu voto declarando que “pior do que o juiz que não conhece o direito, é o juiz incoerente”.

– Eu sempre costumo dizer que pior do que o juiz que não sabe direito, é o juiz incoerente – declarou Fux antes de entrar no mérito.

O magistrado se contrapôs à visão de seus pares quanto à manutenção do caso na Primeira Turma do STF.

– No meu modo de ver, se essa matéria fosse tão pacífica, depois da mudança do regimento, dias atrás deste mês, 11 de março, eu votei na companhia de outros colegas e fiquei vencido. Por quê? Ou estamos julgando pessoas que não exercem mais função pública, ou estamos julgando pessoas que têm essa prerrogativa e o lugar correto seria o plenário – divergiu.

Justificando seu ponto de vista, o ministro foi incisivo quanto à sua liberdade de discordância sem sofrer qualquer tutela sobre seu posicionamento.

– Isso é uma resposta técnica decorrente, não só do nosso preparo científico no campo do processo, mas, também, da nossa independência que é insindicável por quem quer que seja.

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