
Inquérito trata de suposto aparelhamento da Abin para espionar opositores
A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o suposto aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a espionagem de opositores durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O caso tem sido chamado de “Abin paralela”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor-geral da Agência e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) estão entre os indiciados na investigação. Ao todo, mais de 30 pessoas foram indiciadas.
A investigação, porém, não se restringiu ao governo anterior e também respingou na atual gestão. Constam na lista de indiciados o atual diretor-geral da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o número 2 da agência, Alessandro Moretti. Nome de confiança do PT, Corrêa já havia chefiado a Polícia Federal no segundo mandato de Lula.
A PF alega que teria ocorrido um suposto “conluio” entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que monitoramentos ilegais viessem a público. Segundo o inquérito, a Abin teria sido supostamente aparelhada por um esquema de espionagem ilegal para atender a interesses políticos e pessoais de Bolsonaro e integrantes de sua família.
Em outubro de 2023, foi deflagrada pela PF a Operação Última Milha. O nome da operação faz referência ao software FirstMile. Segundo a investigação, o programa teria sido utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais. Em janeiro de 2024, os endereços de Alexandre Ramagem foram alvos de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.