O que eles têm em comum? Velhos nomes da política de Brasília tentam voltar, mas o passado de corrupção ainda pesa

Foto Reprodução da rede Social Instagram
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Gim Argello, José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Júnior Brunelli voltam ao cenário eleitoral do DF com históricos marcados por escândalos e operações policiais.

Personagens centrais de alguns dos maiores escândalos de corrupção do Distrito Federal voltam a disputar cargos públicos nas próximas eleições.

Gim Argello, José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Júnior Brunelli buscam retomar espaço político, mas enfrentam o peso de um passado recente marcado por prisões, delações e investigações milionárias.

O ex-senador Gim Argello, preso em 2016 durante a Operação Vitória de Pirro, foi condenado por receber R$ 7,35 milhões em propinas das empreiteiras UTC e OAS. Segundo delações, o dinheiro teria servido para “blindar” executivos em CPIs da Petrobras. Nos bastidores, ganhou apelidos como “Alcoólico”, em referência ao seu codinome na Lava Jato, e “Gato de Botas”, por suas “pisadas leves” no submundo da corrupção.

Outro nome que reaparece é o ex-governador José Roberto Arruda, protagonista do escândalo conhecido como Mensalão do DEM, revelado pela Operação Caixa de Pandora. Em 2010, Arruda foi cassado e preso após a divulgação de vídeos em que aparecia recebendo maços de dinheiro do delator Durval Barbosa — imagens que se tornaram símbolo da corrupção política no DF.

Também ex-governador, Agnelo Queiroz (PT) responde a diversas ações judiciais relacionadas ao chamado propinoduto do Mané Garrincha. A obra, orçada em mais de R$ 1,4 bilhão, é considerada um dos maiores superfaturamentos da Copa do Mundo de 2014. Segundo o Ministério Público, parte dos valores desviados teria sido canalizada para campanhas eleitorais por meio de doações de empreiteiras como Andrade Gutierrez e Via Engenharia.

Completando o grupo, o ex-deputado distrital e pastor Júnior Brunelli tenta regressar à Câmara Legislativa. Seu nome ficou marcado pelo episódio da Oração da Propina, vídeo de 2009 em que, ao lado de Leonardo Prudente, agradece “bênçãos” enquanto recebe maços de dinheiro do esquema de Arruda.

O retorno desses quatro nomes reacende o debate sobre a memória política do eleitorado brasiliense.

Entre desconfiança e descrença, parte da população teme que o Distrito Federal reviva o ciclo de escândalos que manchou a sua história recente — um lembrete de que o passado ainda ronda o futuro político da capital.

A população não esquece!