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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu, em entrevista à Folha, a construção de um projeto eleitoral envolvendo partidos da base do presidente Michel Temer que tenha como discurso as reformas do governo.
“Você não precisa ter um candidato que faça uma tatuagem ‘eu sou Michel Temer’ na testa, você precisa ter um candidato que tenha uma agenda de reformas, porque naturalmente o governo será beneficiado”, afirmou.
Maia diz não ser candidato à Presidência e declara que é “chance zero” a possibilidade de disputar como vice em uma chapa, apesar da especulação de que poderia compor com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).
Afirmou ainda que se a reforma da Previdência não for aprovada no dia 19 de fevereiro, data marcada por ele, será “impossível” votá-la ainda em 2018. “Aí é melhor ir para outro tema”, afirmou.
Maia citou o nome do prefeito de Salvador, ACM Neto, como presidenciável do DEM, e disse que o PSDB não pode impor o nome do governador Geraldo Alckmin em eventual aliança.
Folha – Durante 2017, o sr. foi tachado de aliado e, num certo momento, de que estava querendo derrubar o presidente. O sr. encerra o ano legislativo como aliado ou uma sombra a Temer e ao PMDB?
Rodrigo Maia – Sempre disse que não sairia do processo das denúncias [da PGR contra Temer] com a pecha de oportunista. Sendo o primeiro da linha sucessória, não poderia fazer movimento concreto para empurrar o presidente para fora do Palácio.
Na primeira denúncia, o sr. chegou a sentir que havia um risco de o presidente perder.
Sem dúvida, mas nunca me mexi para isso. Ninguém nunca me viu chamar um deputado para falar “vote contra o presidente”. Todo mundo dizia “Rodrigo, pisca o olho”. Não vou piscar. “Você tá louco. Como está perdendo a oportunidade de ser presidente do Brasil?”. Tenho muita vontade de ser presidente do Brasil. Mas pelo voto. Ou pela naturalidade da decisão do plenário.
O sr. falou que tem vontade de ser presidente. O sr. pode ser candidato à Presidência em 2018?
Não. Hoje tenho um reconhecimento, inclusive da oposição, por não ter sido desleal ao presidente. Tenho o reconhecimento por não ter usado a presidência da Câmara como ela foi usada [pelo então presidente Eduardo Cunha, hoje preso] contra a Dilma. Acho que comecei o ano de um tamanho e terminei com este respeito.