Informação partiu do dirigente nacional do movimento, João Pedro Stedile
O dirigente nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile, disse que ativistas ligados ao movimento na América Latina estão se preparando para ir à Venezuela prestar apoio frente à tensão com os Estados Unidos.
A ideia sobre a mobilização partiu de deliberações no Congresso Mundial em Defesa da Mãe Terra, ocorrido entre os dias 8 e 10 de outubro em Caracas. O evento contou com delegações de 65 países.
– [Vamos] Firmar um compromisso aqui em Caracas. Aos gringos, não se atrevam a entrar na Venezuela porque todos nós cerramos fileiras e estaremos com vocês. Contem com o povo brasileiro, de Guatemala, Uruguai. Os povos da America Latina estaremos com vocês lutando até que o último marinheiro volte para alguma tumba em seu próprio país. Viva Hugo Chávez, viva o povo da Venezuela, viva a unidade dos povos – disse Stédile.
Em entrevista à Rádio Brasil de Fato na última quinta-feira (16), no entanto, Stédile reconheceu que as brigadas de militantes do MST não possuem treinamento militar, entretanto poderiam contribuir de outras maneiras.
– Fazer mil e uma coisas, desde plantar feijão e fazer comida para os soldados a estar ao lado do povo se houver uma invasão militar dos Estados Unidos – declarou.
De acordo com Stédile, no momento o grupo tem feito consultas e reuniões para, “no menor prazo possível, organizar brigadas internacionalistas de militantes de cada um dos nossos países para ir à Venezuela e nos colocarmos à disposição do governo e do povo venezuelano”.
Atualmente o MST já mantém algumas brigadas na Venezuela com o objetivo de apoiar processo de produção agroecológica.
ENTENDA
Nas últimas semanas, a relação entre EUA e Venezuela tem se tensionado diante da inédita mobilização militar feita pelos EUA no mar do Caribe.
O país norte-americano destruiu embarcações que, segundo a Casa Branca, pertenciam ao narcotráfico. Trump ainda autorizou que a CIA realize operações na Venezuela. Ele cogita a possibilidade de realizar ataques contra o narcotráfico também em terra.
Segundo reportagem do The New York Times, o republicano teria dado autorização para que a agência derrube a ditadura de Maduro.