Ibaneis Rocha atropela narrativa da esquerda e se firma como nome imbatível ao Senado

Ibaneis Rocha
Ibaneis Rocha

O arquivamento do inquérito contra Ibaneis Rocha pelo STF não é apenas uma vitória judicial; é um xeque-mate político que redefine o tabuleiro de 2026.

O trabalho de bastidores é recompensado e acaba sendo o principal fato desses últimos meses no DF. O governador do Distrito Federal, que há um ano era tratado como réu moral por setores da esquerda, agora assiste ao silêncio ensurdecedor de seus críticos. E, convenhamos, silêncio na política nunca é por acaso.

Ibaneis, sempre discreto no jogo dos bastidores deve estar se deliciando com essa mudança de narrativa. O mesmo governador que foi afastado em 8 de janeiro, acusado de omissão e conivência, agora vê os antigos inquisidores evitando o assunto como se fosse um vírus. O PT e seus satélites, que até ontem falavam em impeachment, descobriram um súbito interesse por outras pautas – curiosamente, nenhuma delas envolvendo a reabilitação política de Ibaneis.

E essa reabilitação não é pouca coisa. Com a decisão do STF, o caminho do governador para 2026 se alarga como uma via expressa. Ele não pode disputar um terceiro mandato, mas quem em Brasília duvida que sua candidatura ao Senado ganha robustez? Ibaneis joga com tempo e estratégia, e a ausência e/ou diminuição de ataques da oposição só facilita seu trabalho. Afinal, se nem os adversários insistem na narrativa de que ele falhou em 8 de janeiro, por que o eleitor faria isso?

Aliás, o eleitor sempre soube que Ibaneis era inocente e que a esquerda “trama” para tomar Brasília.

O MDB, partido historicamente pragmático, sabe que tem um nome forte para compor sua chapa no DF. Ibaneis é um player consolidado, com recall eleitoral e a máquina do governo distrital nas mãos. Diferente de outras figuras do centro que tentam se equilibrar entre Lula e Bolsonaro, ele caminha em linha reta: não precisa fazer acenos desesperados para nenhum dos lados, porque sabe que tem um eleitorado reconnhecedor de sua boa gestão frente ao GDF.

No tabuleiro de 2026, a grande incógnita é o nome que representará o bolsonarismo na disputa pelo Senado. Michelle Bolsonaro é o nome natural da direita, mas pesquisas recentes a colocam com um desempenho surpreendente na corrida presidencial, o que pode fazê-la abdicar da disputa no DF para alçar voos maiores. Se Michelle decidir entrar no jogo nacional, abre-se uma avenida para outra figura bolsonarista no DF, e o nome mais cotado nesse cenário é o da deputada Bia Kicis.

Se Bia Kicis confirmar sua candidatura, a eleição ao Senado no DF ganha um formato bem mais previsível: um embate entre um Ibaneis já consolidado e uma candidata da direita raiz. E aqui surge um problema colossal para a esquerda: Ericka Kokay, lançada pelo PT, simplesmente desaparece do jogo. A deputada, conhecida por sua postura radical e baixa entrega ao DF, dificilmente terá musculatura eleitoral para competir num cenário entre Ibaneis e uma candidata bolsonarista de peso.

A esquerda brasiliense perde o primeiro round: A NARRATIVA. Sem uma narrativa viável contra Ibaneis e sem um nome que realmente ameace sua popularidade, a aposta mais realista do PT é torcer ou fabricar algum fator externo que altere o cenário – o que, convenhamos, é o mesmo que contar com um milagre. Brasília já mostrou em eleições anteriores que prefere gestores a militantes, e 2026 não parece ser o ano em que isso mudará.

Se há algo que o arquivamento do STF provou, é que política não se faz apenas com acusações, mas com narrativa. E, neste momento, a narrativa que prevalece é a de um Ibaneis injustiçado, perseguido e agora redimido pela própria Justiça. Um script perfeito para 2026.

Fonte: DF Mobilidade