GDF lança Programa Horizontes Digitais para escolas públicas

Celina Leão: "Falamos muito sobre conhecimento, sobre inteligência artificial, mas se a gente não embarcar em uma tecnologia de ponta para que os profissionais e alunos possam acessar isso, a gente tem uma perda na educação" (Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília)
Celina Leão: "Falamos muito sobre conhecimento, sobre inteligência artificial, mas se a gente não embarcar em uma tecnologia de ponta para que os profissionais e alunos possam acessar isso, a gente tem uma perda na educação" (Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília)

Iniciativa recebeu investimento superior a R$ 100 milhões e prevê a implantação de 20 ginásios tecnológicos voltados à educação profissional e tecnológica

A educação pública do Distrito Federal entra em uma nova fase com o lançamento, nesta quinta-feira (25), do Programa Horizontes Digitais: Transformação, Modernização e Inovação Educacional para Futuros Possíveis. A iniciativa prevê a entrega de 52 mil equipamentos, a criação de ginásios tecnológicos, núcleos de inovação e conectividade de alta velocidade, com investimento de mais de R$ 100 milhões — parte financiada pelo Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e parte pelo Governo do Distrito Federal (GDF). A tecnologia vai chegar para toda a rede pública de ensino, e beneficiará 760 escolas e mais de 460 mil estudantes.

Em um primeiro momento, serão distribuídas duas mil máquinas virtuais, 10 mil computadores para laboratórios, 40 mil chromebooks de uso móvel, além da implantação de 20 ginásios tecnológicos voltados à educação profissional e à tecnológica. Também estão previstos dois núcleos de inovação tecnológica, com espaços para gravação de videoaulas, podcasts e transmissões ao vivo, além da instalação de telas interativas em salas de aula e integração a plataformas digitais como Google, Moodle, Canva e Microsoft.

Presente na solenidade e acompanhada do secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, a vice-governadora Celina Leão afirmou que o programa vai ao encontro de uma das prioridades da gestão: “É a primeira vez após 25 anos que temos uma compra abrangente de renovação do parque tecnológico da Secretaria de Educação. E isso era uma necessidade. Falamos muito sobre conhecimento, sobre inteligência artificial, mas se a gente não embarcar em uma tecnologia de ponta para que os profissionais e alunos possam acessar isso, a gente tem uma perda na educação”.

A vice-governadora também anunciou a compra de transformadores novos para reforçar a rede elétrica das escolas públicas: “Não adianta ter tecnologia de ponta e não ter energia que aguente a demanda. Por isso, estamos lançando um pregão para a gente trocar todos os transformadores das escolas mais antigas para não termos problemas”.

Hélvia Paranaguá defende que o projeto se trata “de entregar futuro para os estudantes, já que a era digital chegou e é preciso acompanhar esse processo”

Além de modernizar a infraestrutura, o Horizontes Digitais aposta em cinco pilares estratégicos: desenvolvimento profissional, tecnologia, modelo de aprendizagem, envolvimento da comunidade escolar e monitoramento e avaliação. A meta é alcançar todas as unidades da rede pública com internet de alta velocidade e ambientes de aprendizagem inovadores.

De acordo com a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, o programa é fruto de planejamento estratégico alinhado ao Plano Distrital de Educação e à Política Nacional de Educação Digital. “O Horizonte Digital é muito mais do que a simples entrega de equipamentos: trata-se de entregar futuro para os estudantes, já que a era digital chegou e é preciso acompanhar esse processo”, defendeu.

Os professores terão acesso a ferramentas que vão tornar as aulas mais conectadas ao ambiente digital, pois um dos pilares do programa é a formação docente e, por isso, todos passarão por capacitação para aprender a utilizar as plataformas e aplicá-las da melhor forma em sala de aula. “Os Chromebooks permanecerão nas escolas em carrinhos com 40 unidades, que podem ser levados pelo professor para a sala, permitindo que cada aluno utilize um equipamento durante a aula, sem precisar se deslocar ao laboratório. É uma forma prática e moderna de inserir a tecnologia no cotidiano escolar”, concluiu Hélvia Paranaguá.

Com mais essa política pública, a expectativa é que haja redução das desigualdades digitais, fortalecimento da prática pedagógica com suporte tecnológico, maior engajamento da comunidade escolar e preparação dos estudantes para o mundo do trabalho. “Esse é o momento de a gente virar de chave na nossa educação e fazer um investimento maciço em tecnologia para transformar o nosso conhecimento”, acrescentou Celina Leão.

Ryan Victor Rodrigues de Souza acha que o Horizontes Digitais vai ajudar os estudantes tanto na vida acadêmica, como na pessoal

Para o aluno do CED 619 de Samambaia, Ryan Victor Rodrigues de Souza, de 16 anos, a chegada da tecnologia vai melhorar o desempenho escolar: “Vai ajudar em muitos aspectos, tanto no educativo, no acadêmico, no tecnológico. Muitos alunos não têm conexão com a tecnologia em Samambaia e em outras cidades do Distrito Federal. Eu acho que isso vai elevar tanto a carreira delas como o próprio desenvolvimento pessoal”.

DF no topo da inovação educacional

De acordo com pesquisa recente do Censo Escolar, 97,75% das escolas públicas do Distrito Federal já contam com acesso à internet banda larga, o que torna a Unidade da Federação mais conectada em comparação com outros estados do país.

Com o Programa Horizontes Digitais, a meta é que esse número chegue a 100%. A proposta é assegurar que estudantes e professores tenham acesso a ferramentas digitais de ponta e, ao mesmo tempo, desenvolvam capacidade de utilizá-las de forma crítica e criativa no processo de aprendizagem.

Outro pilar essencial é a formação continuada dos profissionais da educação. Com capacitação específica, os docentes poderão incorporar metodologias inovadoras, como gamificação e aprendizagem com base em projetos, tornando as aulas mais dinâmicas e próximas da realidade dos estudantes.

A infraestrutura, por sua vez, é o que dá sustentação a todo esse movimento. Com internet de alta velocidade, laboratórios renovados, chromebooks e telas interativas, as escolas passam a dispor das condições necessárias para integrar as tecnologias digitais ao currículo pedagógico, reduzindo desigualdades e ampliando as oportunidades de aprendizagem.