FHC diz que, numa disputa entre Lula e Bolsonaro, vota “no menos ruim”

O ex-presidente ressalta que vê o petista disputando as eleições de 2022 e destaca: “Lula é ele. Ele não é o mal”

Divulgação/Instituto Lula
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) antecipou o que seria sua opção nas eleições de 2022, caso uma eventual disputa no segundo turno se dê entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual ocupante da Presidência da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo o tucano, ele votará no candidato “menos ruim”.

FHC não adiantou quem seria esse candidato, mas em entrevista, nesta terça-feira (16/3), ao portal Uol, ele reconheceu que Lula, a quem derrotou em duas eleições presidenciais, “tem jeito para a coisa”.

“O Lula foi calejado pela vida. Isso conta. Não é nenhum principiante. Ele deu uma entrevista agora e acertou em uns pontos fundamentais, ele tem jeito para a coisa”, disse ex-presidente.

Em seguida, o político insistiu em dizer que, ao falar de Lula, não se faz menção à direita nem à esquerda. “Lula é ele. Ele não é o mal”, afirmou.

Para FHC, Lula é, sim, uma possível escolha do Partido dos Trabalhadores para ser o candidato à Presidência da República em 2022, devido à grande bagagem que carrega, em relação à trajetória política e pessoal.

“Lula tem experiência do mundo, do Brasil, da pobreza e enriqueceu. Não sei se Lula vai ter condições para ser candidato, ou se seria o melhor candidato, mas acho que, se ficar entre ele e Bolsonaro, voto em quem for menos pior”, comentou o ex-presidente.

Decisão de Fachin

Em outro momento, Fernando Henrique Cardoso discursou a respeito da decisão de Edson Fachin, que anulou as condenações políticas do petista. O tucano ratificou a importância de compreender, de maneira correta, a decisão tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF.

“Não anularam as acusações. Anularam o processo, vão refazer o processo. Era fácil de reconhecer que o processo estava mal encaminhado”, explicou FHC.

FHC finalizou a parte da entrevista em que se referia a Lula falando que se sente esperançoso quanto a uma reviravolta política.

“Lamento por terem esperado tantos anos para descobrir a pólvora. Que é isso? Não tem muito cabimento. Agora, todo mundo ligado ao Lula vai interpretar como se fosse nulidade das acusações, não é nulidade do processo. Agora, politicamente abre-se um caminho novo, diferente. Vamos ver o que vai acontecer”, finalizou.