Donald Trump assina ordem que impõe tarifa de 50% ao Brasil

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Sala Roosevelt da Casa Branca em Washington Foto: EFE/EPA/YURI GRIPAS / POOL
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Sala Roosevelt da Casa Branca em Washington Foto: EFE/EPA/YURI GRIPAS / POOL

Documento cita “perseguição política, intimidação e censura” contra Bolsonaro e apoiadores

Nesta quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o decreto executivo que estabelece tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, oficializando a decisão que havia anunciado este mês. O documento declara “emergência nacional” devido a práticas “incomuns” do governo brasileiro, que estariam prejudicando a liberdade de expressão nos EUA, empresas norte-americanas, a política externa e a economia do país.

A decisão cita diretamente a “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores”. Segundo a Casa Branca, tratam-se de “graves violações de direitos humanos” que enfraquecem o Estado de Direito no Brasil.

Responsável pelas decisões que afetaram Bolsonaro e seus aliados, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), também é citado diretamente como autor de “centenas de ordens secretas de censura, ameaças a executivos de empresas americanas e congelamento de ativos” para forçar empresas a entregarem dados de usuários e silenciar discursos políticos.

– O presidente Trump reafirma seu compromisso com a defesa da segurança nacional, da política externa e da economia dos EUA contra ameaças estrangeiras, incluindo: Proteger empresas americanas contra coerção e censura ilegais, e responsabilizar violadores de direitos humanos por comportamentos autoritários – afirma o documento.

A decisão foi fundamentada na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977, que dá ao presidente poder de tomar medidas radicais em contextos de emergência nacional. A ordem ocorre no mesmo dia em que o país anunciou formalmente sanções contra Moraes via Lei Magnitsky.

LEIA O DECRETO DE TRUMP:
ENFRENTANDO UMA EMERGÊNCIA NACIONAL
Hoje, o presidente Donald J. Trump assinou uma Ordem Executiva que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o total para 50%, em resposta a políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que representam uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos.

A ordem declara uma nova emergência nacional com base na autoridade do presidente sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA).

A medida visa responder às ações do governo brasileiro que, segundo o comunicado, prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos dos EUA, a política externa e a economia do país.

A ordem afirma que a perseguição política, intimidação, censura e processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores constituem graves violações de direitos humanos e enfraquecem o Estado de Direito no Brasil.

USANDO A INFLUÊNCIA PARA PROTEGER INTERESSES AMERICANOS
O presidente Trump reafirma seu compromisso com a defesa da segurança nacional, da política externa e da economia dos EUA contra ameaças estrangeiras, incluindo:

Proteger empresas americanas contra coerção e censura ilegais;

Responsabilizar violadores de direitos humanos por comportamentos autoritários.

Segundo o comunicado:

Autoridades brasileiras teriam coagido empresas dos EUA a censurar discursos políticos, entregar dados sensíveis de usuários e alterar políticas de moderação de conteúdo sob ameaça de multas, processos criminais, congelamento de ativos ou exclusão do mercado brasileiro.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, é citado como responsável por centenas de ordens secretas de censura, ameaças a executivos de empresas americanas e congelamento de ativos para forçar o cumprimento dessas ordens.

O comunicado também menciona o caso de Paulo Figueiredo, residente nos EUA, que estaria sendo processado criminalmente no Brasil por declarações feitas em solo americano.

COLOCANDO A AMÉRICA EM PRIMEIRO LUGAR
Com a imposição dessas tarifas, o presidente Trump afirma estar:

Protegendo a segurança nacional, a política externa e a economia dos EUA contra ameaças estrangeiras;

Reforçando sua política externa baseada nos valores, soberania e segurança dos EUA.

Outras ações mencionadas:

Em 28 de maio de 2025, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou restrições de visto a estrangeiros envolvidos em censura de expressão protegida nos EUA.

Em 18 de julho, Trump ordenou a revogação dos vistos de Alexandre de Moraes, seus aliados no STF e seus familiares imediatos.

A Casa Branca conclui que a defesa da liberdade de expressão e das empresas americanas continuará sendo prioridade da política externa “America First”.