Diretor adjunto do Detran é levado à delegacia após confusão em posto

Armado, o servidor disse que haveria tráfico de drogas no local. Ele teria, ainda, ameaçado exonerar os PMs que atenderam a ocorrência

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma confusão protagonizada pelo diretor-geral adjunto do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran), Gustavo Carvalho Amaral (foto em destaque). O servidor foi conduzido à delegacia, na madrugada desta sexta-feira (10/12), após, supostamente, usar uma pistola para abordar clientes de um posto de combustíveis no centro de Brasília.

Ele teria, ainda, discutido com os policiais militares chamados para atender a ocorrência.

Uma testemunha relatou que, por volta das 3h30, percebeu uma discussão entre dois homens no Posto da Torre. Na ocasião, Gustavo Amaral teria falado para uma mulher que ela deveria permanecer no local “e que iria olhar o interior da mochila que portava”.

Gustavo Amaral diretor-geral adjunto do Detran

A jovem estava com o namorado, que também teria sido obrigado a ficar no posto de combustíveis. Clientes acrescentaram que o diretor-geral adjunto da autarquia estaria visivelmente embriagado, abordando diversas pessoas e utilizando uma arma de fogo. A Polícia Miliar foi acionada e localizou o servidor nas imediações do estabelecimento. Gustavo estava com uma pistola da marca Taurus calibre 9mm na cintura.

Segundo os militares, Gustavo apresentou um porte federal de arma, se identificou como diretor-geral do Detran e se portou de “forma agressiva”, “falando em tom alto com a guarnição e que somente falaria com um coronel”.

Os militares relataram que ele desacatou a equipe, afirmando que “iria exonerá-los da PMDF”. Os policiais também presenciaram uma discussão entre o 02 da autarquia e seguranças do posto. A todo momento, Gustavo “alegava que ali havia um tráfico de drogas”.

Um dos abordados reforçou a versão das testemunhas e explicou que estava nas proximidades da loja de conveniência do Posto da Torre, na companhia de alguns conhecidos, bebendo cerveja. Ele contou que, em determinado momento, foi surpreendido por Gustavo, que teria ordenado que um dos amigos abrisse a mochila, pois acreditava que havia ali uma situação de flagrante.

Os seguranças que estavam no local teriam percebido a discussão e esclareceram que todos ali eram frequentadores antigos. O cliente afirmou que, passados alguns minutos, chegou ao local uma equipe da PMDF, que conduziu todos os envolvidos à delegacia. Na unidade policial, o grupo foi ouvido e liberado logo em seguida. A PCDF ainda apura se houve crime no local.

O outro lado

À coluna Gustavo Amaral afirmou que teria ido até o banheiro da loja de conveniência. Ao entrar, percebeu que havia duas pessoas, e elas pediram para fechar a porta. Acrescentou que a dupla ainda falou: “Perdeu, playboy”.

“Diante da situação, puxei a minha arma e disse que não fecharia porta. Perguntei o que faziam no banheiro, mas ninguém respondeu. Um deles estava com uma mochila preta. Perguntei o que tinha na bolsa, momento em que o homem a entregou para outra pessoa. Os seguranças apareceram e disseram que eles eram clientes antigos. Chamaram a polícia, mas ninguém sequer olhou o que tinha na mochila”, explicou.

O diretor-geral adjunto narrou que, quando os policiais chegaram, ele não reagiu. Entregou a arma e apresentou a documentação do porte. Entretanto, insistiu que a mochila fosse revistada. “Em nenhum momento ameacei, desacatei ou ofendi qualquer policial militar.”

Gustavo Amaral também nega que estivesse embriagado na hora da ocorrência. Após prestar depoimento, ele teve a arma devolvida. “Tenho porte de arma desde o ano passado porque sofri ameaças. Desde então, só ando armado”, afirmou. Fonte: metrópoles