DF: Soldado confessa ter matado militar e ateado fogo em quartel

Homem está preso no Batalhão da Polícia do Exército

A morte da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, na sexta-feira (5), está sendo investigado como feminicídio, conforme informou, neste sábado (6), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Segundo a 2ª Delegacia Policial (DP), da Asa Norte, o soldado Kelvin Barros da Silva, de 21 anos, confessou a autoria do crime e está preso no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília (DF).

Em vídeo divulgado pela PCDF, o delegado Paulo Noritika, chefe da 2ª DP, explicou que o soldado contou que o assassinato ocorreu depois de uma discussão com a vítima. Nas palavras do autor confesso do crime, Maria de Lourdes teria exigido que o soldado terminasse o relacionamento com a namorada e a assumisse. Familiares da vítima, no entanto, negaram à imprensa local que os dois tivessem uma relação.

Maria de Lourdes Freire Matos Foto: MARIA DE LOURDES FREIRE MATOS/INSTAGRAM

Segundo o delegado, o soldado não tinha antecedentes criminais.

– O autor está sob custódia no Serviço de Guarda do Exército e responderá por feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual, podendo ser condenado a 54 anos de prisão – acrescentou Noritika.

O corpo da militar foi encontrado na sexta (6), pouco depois das 16h, carbonizado e com um corte no pescoço pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), que apagou um incêndio no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RGC), no Setor Militar Urbano. Em nota, os bombeiros confirmaram que encontraram grande quantidade de combustível após extinguirem as chamas.

– No local, havia grande quantidade de material combustível. As edificações vizinhas foram resfriadas, evitando que o fogo se propagasse. O incêndio foi rapidamente controlado e, durante a fase de resfriamento dos materiais queimados, os socorristas encontraram um corpo carbonizado, do sexo feminino, ainda não identificado – informou o CBMDF.

PESAR
Maria de Lourdes Freire Matos era saxofonista da banda do regimento. Em publicação nas redes sociais, o 1º RCG mostrou pesar pelo assassinato.

– O 1º Regimento de Cavalaria de Guardas manifesta profundo pesar pelo falecimento da cabo Maria de Lourdes Freire Matos, cuja trajetória na instituição foi marcada por dedicação, profissionalismo e um compromisso exemplar com o serviço prestado na fanfarra. Neste momento de dor, expressamos nossas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e irmãos de farda – destacou o comunicado.

EXCLUSÃO
O Exército informou que o soldado foi preso em flagrante imediatamente após a confissão. Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército, foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM). O criminoso confesso deverá ser excluído da Força Militar.

A corporação informou estar prestando assistência à família.

– O Exército Brasileiro presta total apoio à família e lamenta profundamente a perda da cabo Maria de Lourdes de Freire Matos e reitera a sua posição de não coadunar com atos criminosos e punir com rigor os responsáveis – destacou.

*Com informações da Agência Brasil

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Maria de Lourdes foi vítima de feminicídio Foto: Reprodução/1º Regimento de Cavalaria de Guardas

Uma militar de 25 anos, identificada como Maria de Lourdes Freire Matos, morreu carbonizada após um incêndio atingir uma área do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), no Setor Militar Urbano, em Brasília, nesta sexta-feira (5).

A jovem, que era cabo e atuava na banda de música do Exército, foi encontrada sem vida entre os escombros do local.

Ao chegar no local, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal encontrou uma das edificações tomada pelo fogo e por densa fumaça. As equipes iniciaram o combate às chamas imediatamente, montando linhas de mangueira para conter o avanço do incêndio.

Segundo os bombeiros, havia grande quantidade de material inflamável no interior da construção, o que aumentou a intensidade das chamas. Imóveis vizinhos também foram resfriados para impedir que o fogo se espalhasse.

Após a contenção do incêndio, durante o processo de resfriamento, os socorristas localizaram o corpo carbonizado de uma mulher. A perícia do Corpo de Bombeiros e agentes da Polícia Civil foram chamados para investigar a ocorrência.

CRIME COMETIDO PELO EX

A investigação revelou que o responsável foi o soldado Kelvin Barros da Silva, com quem Maria mantinha um relacionamento. O militar admitiu ter cometido o homicídio e provocado o incêndio que destruiu parte das instalações do regimento.

Em depoimento, Silva relatou que o crime ocorreu após uma discussão no setor onde funciona a banda do quartel. Durante o conflito, Maria de Lourdes teria chegado a empunhar sua arma, mas o soldado reagiu desferindo um golpe de faca no pescoço da militar. Depois da agressão, ele ateou fogo ao ambiente para tentar encobrir o ocorrido.

Detido após a confissão, o soldado foi encaminhado ao Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília. A corporação informou que ele deverá ser desligado do Exército e responderá judicialmente pelos crimes de feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual – acusações que, somadas, podem resultar em pena de até 44 anos de prisão.

Quando foram acionados para conter as chamas, os bombeiros do Distrito Federal relataram ter encontrado no local uma grande quantidade de materiais que favoreceram a propagação do fogo.