Crédito para Argentina envolve alto risco, dizem especialistas! Mesmo com Calote, Argentina agora quer dinheiro do BNDES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (2/5), que está disposto a auxiliar a Argentina e encontrar um meio de linhas de crédito para o país que enfrenta crise severa em meio à seca, desvalorização da moeda local, inflação altíssima e a falta de dólares no Banco Central do país.

O problema é que a Argentina é conhecida internacionalmente como grande caloteira, e por esse motivo não consegue mais recursos no exterior. O país possui um histórico de não honrar suas dívidas com seus credores e já declarou moratória em 2001, referente a uma dívida externa de US$ 100 bilhões.

É exatamente por isso que o presidente Alberto Fernandez (esquerdista que mergulhou de vez o país numa imensa crise econômica) veio ao Brasil tentar pegar uma grana no BNDES.

“Do ponto de vista politico, me comprometi que vou fazer todo e qualquer sacrifício para que possamos ajudar a Argentina nesse momento difícil”, afirmou Lula durante coletiva a jornalistas no Palácio da Alvorada, após reunião com o líder argentino.

Enquanto estados do Nordeste brasileiro sofrem com a pobreza, violência e falta de saneamento básico,  o presidente Lula quer ajudar o incompetente amigo argentino que não deu conta de governar corretamente o país. É por isso que Fernandez não será candidato à reeleição na disputa presidencial.

Por onde a esquerda passa pano, o povo paga o pato.

Medida econômica motivada por viés ideológico é vista como temerária

A proposta de criação de uma linha para financiar as empresas brasileiras que exportam para a Argentina é importante setorialmente, mas pode trazer riscos para o Brasil se os critérios para concessão do crédito não forem bem estabelecidos, segundo analistas. Esse foi um dos temas de encontro nesta terça-feira (2) em Brasília, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alberto Fernández.

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Em mensagem postada no Twitter ainda durante o encontro, Lula escreveu que “Brasil e Argentina são países irmãos e teremos relações cada vez mais prósperas com um dos maiores parceiros comerciais do nosso país e da nossa indústria”.

Na análise de Welber Barral, consultor na área de comércio internacional e secretário de Comércio Exterior entre 2007 e 2011, a linha é “necessária” hoje para que os exportadores brasileiros continuem vendendo ao vizinho. Isso porque a Argentina quase não tem reservas internacionais para bancar importações.

– Sem a linha, as empresas daqui teriam de deixar de exportar ou reduzir o volume exportado – observou.

Segundo Barral, hoje os importadores argentinos têm atrasado o pagamento das empresas brasileiras em cerca de 180 dias, o que afeta o fluxo de caixa das brasileiras, principalmente das menores. A Argentina sofre há anos com escassez de dólares. O problema foi agravado neste ano após uma seca reduzir a produção agrícola e, portanto, as exportações argentinas.

MENOS ESPAÇO
Ministro de Produção do governo de Mauricio Macri, o economista Dante Sica destaca que as companhias brasileiras têm perdido espaço no mercado argentino diante da ofensiva chinesa. Daí a importância da linha de financiamento, afirma Sica.

Na semana passada, Pequim e Buenos Aires anunciaram que fecharam um acordo que permite que a Argentina use o yuan, no lugar do dólar, para pagar importações chinesas.

A economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, afirma que o acordo com a Argentina é importante em razão do tamanho do mercado e da intenção do governo Lula de posicionar o Brasil como um interlocutor da região com o restante do mundo. Ela pondera que o risco do financiamento é “extremamente alto”, dada a crise na Argentina.

Relembre o maior calote da história da Argentina …

A Argentina declarou o maior calote (moratória) da sua história em 2001, em meio a uma grave crise econômica e social. Em 1999, a crise financeira mundial iniciada em 1997 abalou a Argentina, que entrou em recessão. Para atender às exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo adotou uma série de planos anticrise, incluindo vários aumentos de impostos. Greves gerais tomaram conta do país.

No começo de 2001, a população correu para sacar seu dinheiro; foram US$ 22 bilhões em menos de três meses. Em um gesto desesperado para impedir a quebra dos bancos, o ministro da Economia Domingo Cavallo ordenou o congelamento dos depósitos e determinou que, durante 90 dias, os saques diários não poderiam ultrapassar 250 pesos (US$ 250 na época).

A decisão gerou violentos protestos, que foram reprimidos pela polícia e deixaram 33 mortos. Os supermercados foram saqueados e a população manifestou sua revolta com “panelaços”.

Em 19 de dezembro, diante da convulsão social, o presidente Fernando De la Rua decretou estado de sítio. No dia seguinte, com a Casa Rosada cercada por milhares de manifestantes, assinou sua renúncia e abandonou a sede de governo de helicóptero.

No dia 23, o presidente interino Adolfo Rodriguez Saá declarou a maior moratória da história, de US$ 100 bilhões, incluindo taxas de juros. Ele renunciou uma semana depois.

O também peronista Eduardo Duhalde, quinto presidente em quase duas semanas (houve também Ramón Puerta e Eduardo Camaño), decidiu desvalorizar o peso (que chegou a cair 70%), dando fim à paridade no câmbio (desde 1991, um peso era equivalente a US$ 1).

Fonte:

https://economia.uol.com.br/noticias/afp/2014/07/28/relembre-a-maior-moratoria-da-historia-da-argentina.htm