A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), manifestou-se na segunda-feira (4) contra a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito de investigações sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Em declaração publicada nas redes sociais, Leão classificou a medida como “drástica e desnecessária”, argumentando que Bolsonaro não possui condenação judicial, tem endereço fixo, compareceu a todos os atos processuais e atendeu às exigências da Justiça.
“Bolsonaro não merece ser privado do seu direito de ir e vir, nem da sua liberdade de expressão”, afirmou Leão, destacando sua amizade pessoal com o ex-presidente e sua família. A vice-governadora, que participou de uma motociata com Bolsonaro e Michelle Bolsonaro no Capital Moto Week em 29 de julho, reforçou sua solidariedade à família, em meio a críticas de aliados do ex-presidente às ações do STF, especialmente do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo Inquérito 4874.
A prisão domiciliar, acompanhada do uso de tornozeleira eletrônica, foi determinada após operação da Polícia Federal em julho de 2025, que investiga articulações para um golpe de Estado em 2022. A decisão gerou reações polarizadas, com apoiadores de Bolsonaro, como os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF), acusando o STF de perseguição política.
O STF, por sua vez, defende que as medidas visam proteger a democracia defendida pelos membros da instituição e por Lula e garantir a continuidade das investigações.
Leão, cotada para disputar o governo do Distrito Federal em 2026, tem se aproximado do PL e do bolsonarismo, buscando consolidar apoio entre eleitores conservadores. Sua declaração ocorre em um momento de tensão diplomática com os EUA, após sanções contra Moraes e sobretaxas a produtos brasileiros.