Mãe de Lázaro Barbosa trabalhou como caseira para o Dono da propriedade que ajudava o criminoso. Lázaro está dormindo e fazendo refeições na sede da fazenda.
Os militares chegaram a ver uma pessoa entrando na mata e o caseiro afirmou ser Lázaro Barbosa.
Caseiro e patrão estiveram com Lázaro Barbosa em cinco ocasiões. Veja cronologia
Segundo Alain de Santana, o maníaco dormiu na sede da fazenda desde quarta-feira. Funcionário também sofreu ameaças do foragido
O caseiro Alain percebeu que Elmi fez quantidade maior de comida nesta semana. Na sexta-feira feira (18/6), o funcionário relatou que, ao fechar a porta dos fundos, viu que Lázaro estava no local, na área da churrasqueira. O foragido é acusado de cometer crimes brutais, como latrocínio, estupro e homicídios, e foge de centenas de policiais há 17 dias.

Carro de Elmi foi apreendidoMaterial cedido ao Metrópoles

Alain Reis de Santana, 33 anos, e Elmi Caetano Evangelista, 74, suspeitos de ajudar Lázaro Barbosa a fugirReprodução
O funcionário contou que ficou assustado e percebeu que Lázaro mancava. Ao questionar Elmi sobre a presença do fugitivo na fazenda, o patrão alegou que o caseiro estaria “imaginando coisas”. Alain também viu o maníaco na fazenda no último sábado (19/6); o empregado não compareceu à propriedade no domingo (20/6), pois estava de folga.
Na segunda-feira (21/6), ao chegar à fazenda para trabalhar, Alain percebeu que faltava leite e pão na casa. Ele também identificou que Lázaro havia retornado para a chácara. O caseiro detalhou que, na terça-feira (22/6), observou que havia dois copos sujos na cozinha e percebeu que o foragido havia comido pão.
Em seu relato, Alain acrescentou que, no dia seguinte, sofreu ameaças de Lázaro: “Se você falar para alguém que eu estou aqui, eu vou pegar a sua família. Eu sei onde a sua família mora”, teria dito o maníaco, na ocasião.
Em seguida, de acordo com o testemunho do caseiro, o criminoso entrou na sede da fazenda, pegou uma faca e um cabo com pedaço de cano envolto em uma borracha, e saiu.
Na quinta-feira (24/6), por volta das 6h30, Alain chegou para trabalhar de bicicleta e encontrou o patrão, Elmi, e o filho Gabriel. O caseiro afirma que foi mandado para o córrego, com a informação de que a bomba estaria estragada, mas não havia nada de errado com o equipamento. Para o empregado, a ordem serviu para afastá-lo da sede da fazenda.
No mesmo dia, Alain viu Lázaro entrar correndo para se refugiar em um quarto, mas, antes, fez um sinal para que o funcionário deixasse o local. O caseiro encontrou policiais na propriedade e, por ter sido ameaçado de morte pelo foragido, confirmou que o criminoso estava na fazenda. Depois que os agentes foram embora e, em seguida, um helicóptero sobrevoou a fazenda, o foragido saiu do cômodo e foi até o córrego onde costuma se esconder.
Segundo Alain, Lázaro vestia apenas roupas pretas: camisa social, calça colada ao corpo, calçado (tênis ou bota) e um boné da marca Oakley.
Alain revelou que Elmi ajuda o maníaco na fuga. O patrão teria permitido que o foragido passasse as noites na sede da fazenda e o alimentava desde quarta-feira. Nos últimos três dias, Elmi teria deixado as portas da fazenda destrancadas, como se esperasse por Lázaro. Fonte: Metrópoles
Comparsas cozinhavam para Lázaro e davam abrigo: “Vem almoçar!”
Detalhes da investigação mostram que Elmi Caetano Evangelista e Alain Reis de Santana deram suporte ao acusado de matar quatro pessoas no DF
Por volta das 17h de quinta-feira, uma equipe da Polícia Militar fazia diligências na zona rural de Girassol para localizar o homicida em fuga. Os militares haviam recebido informações de que o dono de uma fazenda não havia autorizado, na noite anterior, a entrada dos policiais em sua propriedade rural.
Quando os policiais chegarem ao local, os helicópteros da PMGO e da PMDF sobrevoavam a região, ao mesmo tempo que o caseiro da fazenda, identificado como Alain, deixava a sede residencial. Nesse momento, os militares se aproximaram e viram uma pessoa entrando na mata.
Ao indagarem Alain sobre quem era aquela pessoa, ele afirmou ser Lázaro Barbosa, o qual, rapidamente, fugiu. Os policiais solicitaram apoio para o local.
Perguntado se existiam armas de fogo na fazenda, o caseiro informou que sim, mostrando duas armas e 49 munições de calibre .22 LR no interior de um quarto.
As equipes constataram que uma das armas de ar comprimido foi modificada mecanicamente para disparar munição de calibre .22, que, segundo Alain, pertencia ao patrão, Elmi Caetano. O armamento, no entanto, ficava à sua disposição.
Questionado sobre a presença de Lázaro Barbosa naquele local, Alain relatou que o criminoso estava pernoitando na fazenda há mais de cinco dias e que o viu diversas vezes, inclusive portando uma espingarda e um telefone da marca Samsung.
O caseiro também informou que Lázaro está dormindo e fazendo refeições, almoço e jantar, diariamente na sede da fazenda, com o consentimento de Elmi Caetano. Pontuou, ainda, que a mãe do suspeito trabalhou como caseira para Elmi Caetano e que, quando o maníaco estava preso, o dono da propriedade ajudava financeiramente a família do foragido.
Os cães policiais estiveram no local e, após apresentado a um dos animais uma amostra do odor de Lázaro Barbosa, este acusou positivamente, indicando que o psicopata, realmente, esteve no local e escapava para a mata, em direção a um córrego.
Alain narrou que ouviu Elmi Caetano gritando em direção à mata: “Vem almoçar, Lázaro!”. E, à noite, quando se ausentavam, o dono da fazenda gritava: “A porta vai ficar aberta!”.