Vetos contrariam discurso do presidente sobre apuração de suspeitas envolvendo familiares
Desde a instalação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na última quinta-feira (18), a base governista conseguiu vetar a convocação de quatro alvos da operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta quinta-feira (18), além de diversas pessoas ligadas a esses suspeitos.
Na lista de alvos da ação da PF que tiveram convocação negada estão o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal; o ex-assessor parlamentar do deputado Juscelino Filho (União Brasil-MA), Gustavo Marques Gaspar; a ex-publicitária do PT Danielle Miranda Fonteles; e a amiga próxima de Lulinha, Roberta Luchsinger.
Segundo informações do portal Poder360, esses vetos partiram diretamente do Palácio do Planalto, o que contraria a frase dita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em discurso nesta quinta-feira (18).
– Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado – declarou o chefe do Executivo.
Citado em depoimento relacionado às fraudes do INSS, Fábio Luís Lula da Silva, mais conhecido como Lulinha, já teve pedido de convocação negado no colegiado.
Lulinha foi citado após um ex-funcionário de Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, dizer que seu chefe fez um pagamento de R$ 25 milhões ao filho do presidente e lhe pagava uma mesada de R$ 300 mil. Além disso, o Careca e Lulinha viajaram juntos para Portugal em novembro do ano passado. No meio deste ano, o filho do presidente se mudou para a Espanha.
Apesar das menções a Lulinha, na decisão do STF que autorizou a operação Sem Desconto não há sinal de aprofundamento das apurações sobre o filho do presidente.
A operação da Polícia Federal teve 26 alvos. Desse total, 16 tiveram prisão preventiva decretada e 9 foram submetidos a medidas cautelares, como monitoramento eletrônico e proibição de deixar o país.
Dos 26 investigados, 18 chegaram a ter requerimentos de convocação apresentados à CPMI do INSS, mas quatro deles tiveram as oitivas barradas pela base governista. Entre os nomes vetados estão integrantes do núcleo político e pessoas próximas ao principal articulador das fraudes, conhecido como Careca do INSS.






