Presidente da Argentina rompeu o silêncio nesta quarta-feira e se pronunciou sobre as acusações
O presidente da Argentina, Javier Milei, se pronunciou nesta quarta-feira (27) pela primeira vez sobre as denúncias de corrupção contra ele e sua irmã, Karina Milei, após o vazamento de áudios incriminatórios do ex-funcionário nacional e advogado do presidente, Diego Spagnuolo.
Sobre Spagnuolo, ele afirmou que “tudo o que ele diz é mentira”.
– Vamos levá-lo à Justiça e provar que ele mentiu – disse Milei à imprensa durante um ato eleitoral na localidade de Lomas de Zamora, na província de Buenos Aires, em alusão às gravações nas quais o advogado descreve um esquema de subornos com o conhecimento do presidente.
Nos áudios, é detalhado um esquema de propinas na compra estatal de medicamentos através da Agência Nacional de Deficiência (Andis) — liderada por Spagnuolo até sua demissão após a divulgação das gravações — que teria como principal responsável o subsecretário de Gestão Institucional da Secretaria-Geral da Presidência, Eduardo ‘Lule’ Menem.
Os áudios também mencionam Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência, como possível destinatária de parte dos subornos que envolvem a empresa de comercialização de medicamentos Suizo Argentina.
A declaração do presidente ocorreu minutos antes de ele ser agredido por manifestantes de oposição que compareceram ao evento eleitoral desta quarta-feira em Lomas de Zamora e jogaram pedras e outros objetos, desencadeando confrontos e a retirada do presidente e de sua irmã.
Paralelamente, o chefe de Gabinete de ministros, Guillermo Francos, denunciou nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados que a acusação contra Milei é uma “operação política” na véspera das eleições legislativas de 7 de setembro na província de Buenos Aires, principal reduto do peronismo.
Os áudios de Spagnuolo motivaram uma denúncia criminal na Justiça por parte do advogado Gregorio Dalbón, representante legal da ex-presidente Cristina Kirchner em diferentes causas.
A investigação ficou a cargo do promotor federal Franco Picardi, que ordenou mais de uma dezena de buscas e apreensões, que começaram a ser realizadas nos últimos dias.