Ministro tem compromissos oficiais em território norte-ame
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro solicitou aos Estados Unidos um novo visto para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, alvo de sanções por parte do governo norte-americano devido à sua participação na criação do programa Mais Médicos no Brasil. Padilha tem compromissos oficiais nos EUA em setembro, e o Itamaraty cogita invocar os termos de um acordo internacional do qual ambos os países são signatários, a fim de buscar a entrada do ministro no país governado por Donald Trump.
As informações foram reveladas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Segundo a jornalista, o pedido foi encaminhado pelo Palácio do Itamaraty à embaixada dos EUA, nesta terça-feira (19), dias após a esposa e a filha de 10 anos de Padilha terem seus vistos revogados pelos EUA como punição ao ministro. Ele, por sua vez, não chegou a ter o visto derrubado, porque o seu já estava vencido desde 2024. No entanto, ficou impedido de obter a renovação.
O motivo da sanção é que, para a gestão Donald Trump, Padilha e outros criadores do Mais Médicos usaram a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) como “intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA” e “pagando ao regime cubano o que era devido aos trabalhadores médicos cubanos”.
Padilha tem dois compromissos em terras estadunidenses: a Organização Pan-Americana de Saúde, no dia 29, em Washington, e também uma reunião sobre doenças crônicas na Assembleia da ONU, que acontece a partir de 23 de setembro em Nova Iorque. O ministro recebeu convite para discursar em ambas as ocasiões.
Como argumento para obter um novo visto para Padilha, o governo brasileiro usará o Acordo de Sede, que prevê que os países signatários não podem impedir a entrada de convidados de eventos internacionais e multilaterais que sedia em seu território. Por outro lado, a pasta também busca ter cautela para evitar agravar o mal-estar entre o governo Lula e Donald Trump.