Luiz Fux questiona credibilidade da delação de Mauro Cid

Luiz Fux foto reprodução do you tube
Luiz Fux foto reprodução do you tube

“Vejo com muita reserva nove delações de um mesmo colaborador”, disse o ministro

Nesta terça-feira (25), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), de delator recalcitrante. O comentário foi feito durante o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas por uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Apesar de ter sido o único ministro da Primeira Turma do STF que apresentou ressalvas na primeira etapa do julgamento, Fux teve contrapontos específicos. Em geral, parece haver alinhamento do colegiado para julgar o caso.

Luiz Fux votou com a maioria para rejeitar os pedidos do ex-presidente Jair Bolsonaro e do general Braga Netto para anular o acordo de colaboração. No entanto, ele indicou que desconfia da versão do tenente-coronel.

– Vejo com muita reserva nove delações de um mesmo colaborador, cada hora acrescentando uma novidade. Mas me reservo a analisar ilegalidade ou ineficácia dessa delação no momento específico – disse.

Segundo o ministro, Cid omitiu informações.

– A abordagem que eu fiz foi em relação à participação do colaborador. Não há nenhuma contaminação da delação por parte do Poder Judiciário. O delator cometeu omissões, tanto que completou em nove delações. O colaborador que não agiu como deveria agir, conforme determina a lei, com boa-fé.

A Primeira Turma suspendeu, na terça-feira, o julgamento. A análise do caso será retomada, nesta quarta-feira (26), às 9h30. As informações são da CNN e do Blog do Fausto Macedo, do Estadão.