O Dia Internacional da Mulher nos convida a refletir sobre as trajetórias de mulheres que, com determinação e competência, constroem suas histórias em diferentes áreas da sociedade. Em meio a tantas vozes femininas que fazem a diferença, escolhemos contar a trajetória de Cristina de Saboya Gouveia Santos, servidora da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), como uma homenagem a todas as mulheres que, com garra e talento, contribuem para a excelência da Agência.
Nascida em uma família numerosa, Cristina recorda com carinho sua infância cercada por primos e primas, criados como irmãos. Os dias eram de liberdade e descobertas na fazenda, onde tomava banho de rio, cavalgava e madrugava para tirar leite das vacas. “Minha infância foi maravilhosa, mesmo. Criada feito bicho solto”, relembra com nostalgia.
O primeiro grande exemplo de força e resiliência veio de sua mãe. Pequena em estatura, mas gigante em sabedoria, foi ela quem lhe ensinou as lições mais valiosas da vida. “Ela tem a palavra certa, na hora certa. É uma fortaleza”, conta Cristina, com admiração. Também encontrou inspiração em sua prima-irmã, uma companheira de vida que, mesmo morando distante, mantém uma conexão inquebrantável com ela.
Crescendo ao lado de dois irmãos, Cristina era a menina da casa, a “garota do papai”. A relação entre irmãos, como ela bem descreve, é marcada por cumplicidade e proteção: “Irmão é aquela coisa: só você pode falar mal, porque se alguém de fora falar, a gente voa no pescoço.”
Foi com esse espírito de força e determinação que Cristina chegou à Adasa. Entrar na Agência foi um desafio por si só: em um concurso com mais de 20 mil inscritos, ela garantiu sua vaga entre os primeiros colocados. “Foi um frio na barriga. Nunca imaginei que passaria”, conta. O início foi intenso, com um curso de formação de 40 dias que a preparou para os desafios da regulação.
A primeira surpresa veio ainda na entrevista final, quando foi direcionada para uma área diferente da que pretendia atuar. Mas Cristina abraçou a oportunidade e cresceu profissionalmente, sempre em busca de novos aprendizados. Fez parte da primeira turma de mestrado oferecida pela Agência e, com o conhecimento renovado, sentiu necessidade de expandir seus horizontes. “Chegava cedo, trabalhava muito, mas, às vezes, sentia que precisava de mais desafios. Então, fui atrás deles”, conta.
Ao longo dos anos, Cristina assumiu diversas funções estratégicas, como a coordenação de fiscalização, onde teve a oportunidade de liderar equipes e contribuir para a regulação de serviços essenciais. Depois viveu o que considera um dos momentos mais marcantes de sua carreira: um convite para trabalhar no SLU (Serviço de Limpeza Urbana), uma área que inicialmente parecia distante de sua expertise, mas que acabou se tornando uma experiência enriquecedora.
Posteriormente, ela foi designada para a Superintendência de Estudos Econômicos e Fiscalização Financeira (SEF), onde assumiu a coordenação de regulação econômica, uma área que exige conhecimentos multidisciplinares em economia, contabilidade e saneamento. Para Cristina, essa função é a sua maior conquista profissional dentro da Agência, devido à complexidade e ao impacto das decisões tomadas nessa área.
O ambiente da regulação, assim como muitos outros setores, ainda traz desafios para as mulheres, mas também abre portas para que elas ocupem cada vez mais espaços de liderança. “Temos mulheres extremamente capacitadas, e é fundamental que acreditemos no nosso potencial”, reflete Cristina. Para ela, competência e dedicação devem ser sempre os critérios principais no reconhecimento profissional.
Talvez seja por isso que seu filme favorito seja As Pontes de Madison. A história de escolhas difíceis, renúncias e caminhos inesperados dialoga com a trajetória de tantas mulheres que, em diferentes momentos da vida, se veem diante de decisões que moldam seus destinos. A vida nem sempre segue o que planejamos, e o que fazemos diante dessas encruzilhadas é o que realmente define nossa história.
Cristina aprendeu com sua mãe a ser forte, mas também a estar disponível. “Sou aquela que está sempre pronta para ajudar. Se precisar de mim, pode ligar a qualquer hora.” E essa disposição, aliada à competência e ao amor pelo que faz, reflete a força de tantas outras mulheres da Adasa, que enfrentam desafios e conquistam seu espaço com dedicação.
Além da vida profissional, Cristina tem uma forte ligação com sua fé e com a família. E da mesma forma como se dedica ao trabalho, serve com alegria aqueles que ela ama. “Deus é tudo para mim. Gosto de me envolver nas atividades da igreja, de receber amigos e familiares em casa. Família sempre foi minha base”, diz. E quando se trata de cuidar e receber, ela gosta de preparar o tradicional macarrão da vovó, receita que aprendeu com a sua mãe, ou o baião de dois, seu prato favorito de cozinhar. “Não tem nada melhor do que uma boa comida e uma mesa cheia de gente que a gente ama”, diz com um sorriso.
Ao contar a história de Cristina, celebramos todas as mulheres que fazem parte da Adasa. Mulheres que trabalham, cuidam, inovam, inspiram e deixam sua marca por onde passam. Que este Dia Internacional da Mulher seja um lembrete do quanto ainda podemos avançar e, sobretudo, do quanto já conquistamos.
