Em entrevista concedida ao Correio Braziliense, o ex-presidente Michel Temer saiu em defesa do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), argumentando que o recurso não representa um privilégio, mas sim uma necessidade para o equilíbrio e funcionamento do capital do país.
A declaração de Temer surge em meio a crescentes investidas atribuídas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos setores da esquerda, que tentam fazer alteração no fundo.
A gestão do Petista empurra o Distrito Federal para o ajuste fiscal, do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apoiada pelo presidente Lula do PT e por políticos aliados, como o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), autor do projeto que altera a forma de correção anual do Fundo Constitucional do DF.
O Fundo Constitucional é utilizado para financiar áreas essenciais como segurança pública, educação e saúde no Distrito Federal. Segundo Temer, esses recursos são indispensáveis para a manutenção das responsabilidades que Brasília assume como capital federal.
Para Temer, o momento é de diálogo e conciliação em nome da qualidade da gestão administrativa e da manutenção da democracia, deixando as “querelas políticas” de lado.
O ex-presidente sustenta que a União precisa prover recursos para o bom desempenho da administração do Distrito Federal. “Não se pode falar em privilégio para os moradores da capital. Reitero que o Governo Distrital não cuida apenas dos moradores de Brasília, mas tem condições político-institucionais que ultrapassam os limites territoriais da Capital. Hoje, mais do que nunca, o Governo Distrital há de cuidar das questões democráticas tendo em vista que Brasília é sempre palco de movimentos populares oriundos de todo o país”, afirmou em entrevista ao Correio.
A declaração reforça a posição de diversos líderes políticos e representantes locais que também se manifestaram contra possíveis mudanças no Fundo Constitucional.
