Para Vitélio Brustolin, possibilidade de guerra nuclear é improvável. Se Putin cumprir com ameaças, Rússia pode ser destruída no processo.
Vladimir Putin prometeu “consequências nunca vistas antes” a quem tentar impedir o avanço de suas tropas. E já acenou explicitamente com uma carta que provoca o maior de todos os medos. Afinal, ninguém supera a Rússia hoje em número de ogivas – são mais de 6 mil.
Na avaliação de Vitélio Brustolin, professor da Universidade Federal Fluminense e pesquisador Harvard, trata-se da situação mais perigosa desde os “13 dias que abalaram o mundo”, durante a Crise dos Mísseis, que envolveu EUA, União Soviética e Cuba em 1962. Apesar de reduzido em quantidade, o arsenal global tem bombas milhares de vezes mais poderosas do que as lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
Mas a possibilidade de uma guerra nuclear é “completamente improvável”. É o que diz o professor , em entrevista com Renata Lo Prete, no episódio desta sexta-feira (4) de O Assunto. Ele considera que Putin tenta tirar os adversários do prumo, mas não executará uma ameaça que representaria a destruição total da Rússia.
“Isso é uma mensagem. Não quer dizer que ele vá fazer isso porque Putin e os estrategistas sabem que existe a possibilidade da Rússia ser destruída no processo”