Diante do longo prazo para a pesquisa e a comercialização de vacinas contra o coronavírus, presidente americano agora aposta em remédios para a doença
Um estudo de cientistas chineses publicado no início do mês apontou que a droga mostrou ser eficaz em inibir o vírus em laboratório. Um primeiro teste em humanos, realizado na França, foi promissor: 70% dos infectados testaram negativo seis dias depois do início da medicação.
“Não vai matar ninguém”, declarou Trump, para em seguida enfatizar ser o medicamento “muito poderoso” e ter apontado “resultados prévios muito encorajadores”. “Será prescrito por médicos”, ressalvou.
Nos Estados Unidos, a epidemia escalou com rapidez desde o início deste mês. Nesta quinta-feira, cálculos do jornal The New York Timesapontam que há 10.201 casos confirmados, em todos os 50 estados do país, e 149 mortes.
Trump afirmou que a droga estará disponível o mais rápido possível e que este e outros remédios podem ser adquiridos de outros países para conter a mortalidade causada pela epidemia. Até esta quinta-feira, a maior aposta da Casa Branca estava no desenvolvimento acelerado de vacinas – uma delas já começou a ser testada em humanos –, cuja comercialização não ocorrerá em prazo inferior a um ano.
O responsável pela FDA, Stephen Hahn, ao lado de Trump, afirmou que a hidroxicloroquina será amplamente testada para o tratamento da Covid-19. Mas enfatizou que tanto a FDA como outras agências continuarão a trabalhar em uma vacina.
No Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não autoriza a adoção desse medicamento em casos de Covid-19. A agência registrou o uso do medicamento genérico sulfato de hidroxicloroquina em 2018, com a indicação para o tratamento de reumatismo e de doenças de pele. De acordo com o fabricante, a empresa EMS, podem fazer uso os pacientes de artrite reumatoide e os que estejam em casos de crises agudas e de tratamento supressivo de malária. Também pode ser adotado no tratamento de lúpus eritematoso e de e problemas de pele provocados ou agravados pela luz solar.
O que é a hidroxicloroquina, remédio promissor contra o novo coronavírus
Pesquisas científicas indicam que algumas drogas, como a hidroxicloroquina (também conhecida pelo nome comercial Reuquinol) são eficazes no combate ao vírus

Cloroquina: medicamento mostra resultados promissores no tratamento contra o novo coronavírus (Stock.xchng/forwardcom/Reprodução)
Hidroxicloroquina, cloroquina e remdesivir. Esses são os medicamentos que, segundo estudos científicos, podem ser eficazes no combate ao novo coronavírus.
A hidroxicloroquina, também conhecida pelo nome comercial Reuquinol, é a mais promissora. O remédio é usado para o tratamento da malária desde os anos 1930, mas também já foi usado para combater doenças como artrite reumatoide e lúpus.
O remédio chegou a ser substituído por outros recentemente porque o protozoário parasita plasmodium falciparum, causador da malária, tornou-se resistente à sua ação. A hidroxicloroquina podia ser usada para prevenir ou combater a malária.
O medicamento já se mostrara anteriormente eficaz contra a Sars, uma doença respiratória aguda que surgiu na China em 2002 e pertence ao grupo coronavírus, assim como o vírus causador da atual pandemia de Covid-19.
Em um estudo publicado por cientistas chineses em 18 de março na revista científica Nature, as drogas hidroxicloroquina e remdesivir se mostraram capazes de inibir a infecção do SARS-CoV-2 (nome do novo coronavírus) em simulação in vitro.
Outro estudo feito na França, realizado pelo Instituto Mediterrâneo de Infecção de Marselha, publicado no periódico científico International Journal of Antimicrobial Agents, mostra que a hidroxicloroquina teve desempenho positivo. Em alguns casos, foi usado também um antibiótico chamado azitromicina, que combate infecções pulmonares causadas por bactérias.
Gregory Rigano, orientador de pesquisa na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e coautor de um estudo sobre o uso de hidroxicloroquina em humanos para combater o coronavírus. Em um experimento feito com dois grupos, um que recebeu o medicamento e outro que não o recebeu, o resultado da droga no combate ao novo coronavírus foi eficaz. O antibiótico azitromicina foi usado em conjunto com a cloroquina, como no estudo feito na França.
O estudo ainda está para ser publicado, mas Rigano já concedeu uma entrevista a uma rádio americana falando sobre o tema. “Esse será o estudo mais importante a ser lançado sobre o tema. Ponto”, disse Rigano. O bilionário Elon Musk também publicou uma mensagem no seu perfil no Twitter nesta semana afirmando que a droga poderia ser eficaz contra o novo coronavírus. A FDA realiza testes com a cloroquina para combater a Covid-19.
Apesar de promissora, a droga ainda precisa de mais testes clínicos antes de ser distribuída amplamente para a população de forma segura. Por isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pediu que a Federal Drug Administration, análoga à Anvisa brasileira, seja ágil com o processo de testes e aprovação do medicamento.
Por conta da falta de aprovações clínicas do uso da hidroxicloroquina, a automedicação não é recomendada por médicos e pesquisadores.
Outro medicamento que tem se mostrado promissor contra o novo coronavírus é o remdesivir. Porém, por ser um medicamento experimental, não se espera que ele esteja amplamente disponível para o tratamento de um grande número de pessoas tão cedo quanto a hidroxicloroquina. A farmacêutica americana Gilead detém a patente do remdesivir.
Os medicamentos anti-virais lopinavir e favipiravir chegaram a ser considerados como drogas em potencial para tratar a Covid-19, mas um estudo divulgado na noite de ontem mostrou que elas são ineficazes. Com isso, os esforços dos cientistas de todo o mundo agora se voltam à hidroxicloroquina.
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Da Redação Informa Tudo DF