Coronavírus: marido de internada em UTI pede à Justiça do DF para deixar isolamento

Na ação, o homem pede que o isolamento ocorra até o domingo (22), quando completa 14 dias de quarentena desde o diagnóstico, conforme portaria do Ministério da Saúde. O detalhamento do prazo não consta na decisão, já que a norma foi publicada pelo órgão na última quinta-feira (12).

Segundo a advogada Cláudia Rocha, que representa o paciente, o pedido busca garantir “segurança jurídica para encerrar o isolamento”.

No entanto, a norma do Ministério da Saúde cita que o prazo pode ser estendido por mais 14 dias “dependendo do resultado do exame laboratorial”.

A advogada do paciente afirma que ele não apresenta nenhum sintoma. “O objetivo é conseguir fazer com que a família volte à rotina”, disse ela.

“Ele quer ver a filha, que está na casa de terceiros. Ele é um empresário, tem a vida dele e não está podendo fazer nada, em isolamento total.”

No pedido, o homem afirma que “continua à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos bem como o que se fizer necessário”. Não há previsão de quando o requerimento será analisado pela Justiça.

Ainda de acordo com a advogada Cláudia Rocha, a família está abalada por conta da doença e também das informações que ela afirma serem falsas. Segundo a defensora, o homem é empresário e não advogado, como tem sido falado.

Cláudia afirma que o cliente está em isolamento desde 7 de março, quando a esposa foi transferida para o Hran. Segundo ela, “o material para o exame dele foi recolhido em casa, sem que precisasse sair”.

“Eles sempre foram uma família muito discreta, nunca tinham sido expostos desse jeito”, diz.

O homem foi diagnosticado com o novo coronavírus no dia 10 de março. Ele já era considerado caso suspeito devido ao contato direto com a mulher, que teve a infecção confirmada três dias antes.

O casal viajou ao Reino Unido e à Suíça, no mês passado. Eles retornaram à capital em 26 de fevereiro, e a mulher já apresentava sintomas da doença.

Em 4 de março, ela procurou um hospital particular, apresentando febre, tosse e secreções. O primeiro teste deu positivo para a Covid-19 e, em 6 de março, a mulher foi transferida para o Hran, depois que a unidade privada disse não ter condições de lidar com o caso.

Segundo boletim médico divulgado pela Secretaria de Saúde nesta segunda, ela permanece em isolamento, sedada e tem síndrome respiratória aguda severa, mas não está com febre. O quadro da paciente é agravado por doenças relacionadas que ela já possuía.

Dados divulgados pela Secretaria de Saúde na segunda indicam que o DF tem 19 casos confirmados do novo coronavírus. Já o boletim do Ministério da Saúde fala em 13 registros.

A Câmara Legislativa do DF (CLDF) aprovou, na segunda, em dois turnos um projeto de lei do governo do DF para reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de itens como álcool gel, luvas e máscaras médicas. A alíquota cai de 18% para 7%.

Desde a semana passada, o governador Ibaneis Rocha (MDB) também decretou uma série de medidas para tentar impedir a proliferação do vírus. Entre elas estão:

• Suspensão das aulas em instituições públicas e privadas por 15 dias;
• Suspensão de eventos com público maior a cem pessoas por 15 dias;
• Suspensão das atividades de cinemas e teatros;
• Fechamento de academias por 15 dias;
• Medição de temperatura de passageiros no aeroporto e rodoviária interestadual;
• Realização de exames compulsórios em pacientes com suspeita;
• Mudança no atendimento de órgãos públicos;
• Suspensão de visitas em presídios.

• Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal;
• Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
• Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
• Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;
• Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos;
• Evitar aglomerações de pessoas. Fonte: G1