Caps do DF realizam mais de 200 mil atendimentos no primeiro semestre de 2025

Centros de Atenção Psicossocial registraram mais de 200 mil atendimentos no primeiro semestre de 2025, um aumento de 11% em relação ao ano anterior

Celebrado nesta sexta-feira (10), o Dia Mundial da Saúde Mental reforça a importância de ampliar o cuidado e a conscientização sobre o tema. No Distrito Federal (DF), os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) realizaram mais de 200 mil atendimentos no primeiro semestre deste ano — um aumento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados cerca de 180 mil procedimentos, segundo a Secretaria de Saúde (SES-DF).

Os atendimentos incluem ações individuais, familiares e em grupo, além de acolhimento, terapias e outras atividades voltadas à promoção da saúde mental e do bem-estar emocional. Atualmente, o DF conta com 18 Caps em funcionamento, distribuídos em diferentes modalidades, conforme a faixa etária, o perfil da população e a complexidade dos cuidados necessários.

O grupo de futsal do Caps Álcool e Drogas III de Ceilândia ajudou bastante os pacientes da unidade | Fotos: Matheus Oliveira/ Agência Saúde DF

A subsecretária de Saúde Mental da SES-DF, Fernanda Falcomer, destacou que o foco da rede é fortalecer o cuidado contínuo e comunitário. “Nosso objetivo é ampliar o acesso da população a serviços de qualidade, garantindo um acompanhamento integral e humanizado em saúde mental”, afirmou.

Um exemplo desse trabalho é o grupo de futsal do Caps Álcool e Drogas III de Ceilândia, criado em junho de 2024. A iniciativa une prática esportiva e ressocialização. “Mapeamos as necessidades dos usuários e percebemos que o esporte poderia trazer benefícios físicos e mentais, além de criar um ambiente de expressão e convivência saudável”, explica a farmacêutica Anna Beatriz Gomes, uma das treinadoras.

Anna Beatriz Gomes ressalta que o campo de futebol acaba funcionando como “um ambiente para se expressar, para soltar um pouco dessa energia que, às vezes, vai para coisas não tão saudáveis”

Paciente da unidade há sete anos, FC, 62, destaca as mudanças que o projeto trouxe para sua vida. “Hoje participo de todos os grupos e me sinto muito melhor, em todos os sentidos. Gostei bastante desse time”, relata.

Expansão da rede

Até o início de 2027, o DF deve ganhar cinco novas unidades de Caps, ampliando a cobertura do atendimento psicossocial.

  • Dois Capsi (infantojuvenis): no Recanto das Emas e em Ceilândia;
  • Dois Caps III AD (álcool e drogas): no Guará e em Taguatinga;
  • Um Caps III no Gama, para adultos com transtornos mentais graves.

As obras do Caps III do Gama e do Capsi do Recanto das Emas já estão com 50% de andamento.

Como buscar atendimento

O acesso à rede de saúde mental começa preferencialmente pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que realizam a avaliação inicial e encaminham o paciente, quando necessário, para o Caps.

Em casos de crise ou risco agudo, como ideação suicida ou alterações graves de comportamento, o atendimento deve ser feito nas UPAs, nos pronto-socorros ou pelo Samu (192). Também há suporte especializado no Hospital de Base e no Hospital São Vicente de Paulo, que mantém pronto-socorro psiquiátrico 24 horas por dia.