Desde que deixou o Planalto, o ex-presidente vem sofrendo uma devassa do Judiciário e da Polícia Federal
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (8), que vai aguardar “muitas outras correções” por parte da Polícia Federal (PF) sobre o inquérito do caso das joias.
O relatório final da PF, tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, indicava inicialmente que as joias supostamente desviadas por pessoas ligadas a Bolsonaro eram avaliadas em R$ 25,3 milhões. Após a retirada do sigilo, a PF disse que houve “erro material” e que o valor verdadeiro é de R$ 6,8 milhões.
– Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias “desviadas” estão na CEF [Caixa Econômica Federal], Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo – escreveu Bolsonaro, na rede social X.
Em seguida, o ex-presidente afirmou que aguarda a PF se posicionar no caso Adélio:
– Quem foi o mandante?
A conclusão da PF afirma que Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais, agiu sozinho. Em junho, a corporação solicitou o arquivamento do inquérito que apura a facada, mas deflagrou uma operação contra o advogado de Adélio, Fernando Costa Oliveira Magalhães, por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo a corporação, não há qualquer relação entre a tentativa de assassinato e a organização criminosa. O relatório final do caso Adélio foi apresentado à Justiça, que decidirá sobre o andamento das investigações.
ENTENDA O CASO DAS JOIAS E AS CONCLUSÕES DA PF
A Polícia Federal concluiu que foi montada uma associação criminosa no governo Jair Bolsonaro com a finalidade de desviar joias e presentes de alto valor recebidos pelo ex-chefe do Executivo. Segundo a PF, o valor parcial dos presentes entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente somou R$ 6,8 milhões.
Bolsonaro foi indiciado na última semana por supostos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Outras 11 pessoas também foram indiciadas:
– Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, ex-ministro de Minas e Energia;
– Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro;
– Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;
– José Roberto Bueno Junior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;
– Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;
– Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
– Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do setor de presentes durante o governo Bolsonaro;
– Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia;
– Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
– Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cid;
– Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
* Com informações AE