O presidente nomeou um novo comandante para o Exército
Os militares fortemente armados que invadiram com um tanque a sede do governo da Bolívia, sob o comando do comandante do Exército, general Juan José Zuñiga, decidiram deixar o edifício depois que o presidente boliviano, Luis Arce, mudou todo o alto comando militar do país após o que ele considerou uma “tentativa de golpe de Estado”.
Zuñiga, que ameaçou em uma mensagem mudar o “gabinete de governo” para “estabelecer” a democracia na Bolívia, foi preso. Ele liderou a mobilização de um grupo de militares que o presidente Luis Arce considerou uma “tentativa de golpe de Estado”.
Um tanque arrombou a porta da Casa Grande do Povo, sede do governo boliviano, em La Paz. Zuñiga e um grupo de militares ficaram por sete minutos no edifício e depois saíram.
O general disse a jornalistas que libertaria “todos os prisioneiros políticos”, inclusive a ex-presidente interina Jeanine Añez, o governador (do estado de Santa Cruz e opositor de Arce) Luis Fernando Camacho e “todos os prisioneiros militares”.
Desde terça-feira (25), havia rumores sobre uma suposta demissão de Zuñiga e de outros oficiais de alto escalão.
Arce confrontou Zuñiga na porta da sede do governo e ordenou que ele “retirasse” os militares que o acompanhavam.
– Retirar todas essas forças é uma ordem – gritou Arce, frente a frente com Zuñiga.
Em seguida, os tanques e o grupo de militares deixaram o edifício.
*Com informações EFE
Bolívia: Arce troca comandantes militares após tentativa de golpe
O novo chefe do Exército ordenou que todas as tropas retornem aos quartéis
Nesta quarta-feira (26), o presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou novos chefes do Exército, da Marinha e da Força Aérea. As mudanças incluíram a posição do ex-comandante geral do Exército, Juan José Zúñiga, que parece estar liderando a rebelião.
O novo chefe do Exército, José Wilson Sánchez, ordenou que todas as tropas mobilizadas regressem aos seus quartéis.
– Ninguém quer as imagens que vemos nas ruas – disse ele.
Arce disse que aqueles que se levantaram contra o presidente estavam “manchando o uniforme”. Ele prometeu que a democracia será respeitada.
A polícia com equipamento de choque colocou cercas ao redor do palácio do governo e da praça externa. Vídeos das ruas mostraram veículos blindados saindo do palácio, seguidos por soldados e jornalistas.