Instituições celebram os 10 anos do Projeto Produtor de Água no Pipiripau

Nesta sexta-feira (01/07), a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa), juntamente com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e demais instituições parceiras, celebraram os 10 anos da assinatura do primeiro contrato do Produtor de Água no Pipiripau.

O evento foi realizado no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina, e contou com mais de 100 participantes, entre autoridades, servidores e produtores rurais.

Na solenidade de abertura, o presidente da Caesb, Pedro Cardoso, saudou os novos contratados e destacou a importância da expansão do projeto. “Precisamos cada vez mais conscientizar sobre o uso racional da água e a preservação do manancial. E esse projeto é uma verdadeira campanha de preservação do meio ambiente e tudo o que está ligado à produção”, analisou.

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cerrado), Sebastião Neto, lembrou que somos uma nação agrícola e precisamos da água para exercer toda essa potencialidade junto aos produtores de água. “O bom exemplo foi feito nesses dez anos, e isso nos inspira a seguir com as correções necessárias para que o programa no DF seja referência em todo o país. ”, apontou.Durante a cerimônia, foram apresentados os resultados do projeto na bacia hidrográfica e entregues cheques simbólicos a dois produtores rurais, além do cadastro de sete novos produtores no programa. Com a incorporação das novas propriedades, o projeto alcança a marca de 210 contratos assinados desde a sua implementação.

“É uma imensa satisfação contribuir com uma agricultura mais sustentável, auxiliar os produtores com práticas ecologicamente viáveis e mostrar que é possível produzir água. Não tenho dúvidas de que o êxito do Produtor de Água no Pipiripau será replicado na Bacia do Descoberto”, afirmou a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca.

Para o diretor-presidente da Adasa, Raimundo Ribeiro, a parceria entre sociedade e governo é fundamental para que projetos como este deem certo. “Sozinho a gente não faz nada. A melhor parceria é aquela em que o cidadão se propõe a fazer junto. E esse projeto simboliza um casamento perfeito entre o cidadão e os seus órgãos de representação. Se já trabalhamos por 10 anos, trabalharemos para que este programa possa ser comemorado por muito tempo, pois estamos lidando com o maior ativo do mundo, a água. E a água não pode ser tratada apenas como um produto, mas como um instrumento de sobrevivência”, finalizou.

Também participaram do evento, representantes do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), The Nature Conservancy (TNC), da Universidade de Brasília (UnB) e Instituto Brasília Ambiental (Ibram) Ana Catarina Ministério Desenvolvimento Regional Tibério Magalhães, além dos diretores da Adasa Jorge Werneck e Apolinário Rebelo; e o ouvidor da agência, Robinson Cardoso.

O que dizem os agricultores

A produtora Fátima Cabral foi a primeira a assinar o contrato, em 2012. Ela conta que, na época, viu o chamamento e ficou curiosa a respeito do termo “produtor de água”. “Busquei informações e hoje entendo que produzir água é produzir biodiversidade, cuidar do solo, cultivar alimentos saudáveis e fazer uso racional da água. Tivemos no projeto a adequação de estradas e o plantio de 8 mil mudas em área de nascente. E a forma que cultivamos hoje é por meio de agrofloresta.”, diz Fátima.

Participante desde o início do projeto, o produtor Vital de Morais Andrade tem uma propriedade de 13 hectares no núcleo rural Taquara e, neste ano, já plantou 600 mudas produzidas por ele. “Ainda vou receber mais 100 mudas da Secretaria de Agricultura. Me encantei de tal maneira com o projeto que não pretendo parar e vou renovar o contrato. Eu não tinha condições de reflorestar sozinho e recebi ajuda desde o início, tanto da Emater, da Adasa e Secretaria de Agricultura. Além de receber mudas de árvores nativas, recebi apoio para a construção de viveiro, que hoje tem vivências de educação ambiental. Recebemos alunos que visitam o viveiro e plantam mudas”, conta.

O agricultor José Carlos Barbosa assinou o contrato nesta sexta-feira (1º). Vi a divulgação em um folder e entrei em contato com a unidade da Emater-DF no Pipiripau. “Visitaram minha propriedade, viram as nascentes, fizeram o diagnóstico, o projeto e deram orientações técnicas. Minha área de preservação já é superior ao que a legislação estabelece, mas quero aumentar e revitalizar as nascentes”, explicou José Carlos.

Produtor de Água no Pipiripau

O Acordo de Cooperação Técnica Nº 015/ANA/2011, assinado entre a Adasa, a ANA e mais onze instituições, em 21 de dezembro de 2011, tendo como premissa “o uso adequado e ambientalmente sustentável das áreas rurais na bacia hidrográfica do Pipiripau”, marcou a data de início do programa “Produtor de Água” no Distrito Federal, sendo que atualmente o programa envolve 17 instituições.

Ao aderir ao Projeto Produtor de Água, o produtor rural se dispõe a desenvolver práticas e manejos de conservação de água e solo em sua propriedade. A ideia é investir na sustentabilidade ambiental mantendo a vocação rural da bacia. Para isso, as ações são definidas após a realização de diagnóstico ambiental e a remuneração, por meio de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), é proporcional à execução dos serviços propostos.

Desde que foi colocado em prática na bacia do Pipiripau, cerca de 3 milhões de reais foram pagos em serviços ambientais prestados por produtores de água da região.


Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI) / Adasa