Rússia afirma que candidaturas de Suécia e Finlândia à Otan são ‘grave erro’

Os dois países aprovaram no domingo (15) a adesão à aliança militar. O Kremlin já prometeu represálias ‘sem precedentes’. Finlândia e Suécia, próximos geograficamente da Rússia, adotavam a neutralidade até o começo da guerra na Ucrânia.

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As candidaturas de Suécia e Finlândia para integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) são um “grave erro” que escalarão ainda mais as tensões da Rússia com o Ocidente, afirmou nesta segunda-feira (16) o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov.

Riabkov disse que “o nível de tensão” entre seu país e o Ocidente aumentará caso as novas adesões aconteçam.

“É um grave erro adicional, cujas consequências terão um longo alcance”, declarou o vice-ministro, segundo a agência de notícias Interfax.

Também nesta segunda-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia “acompanhará de perto” as candidaturas de Finlândia e Suécia para a Otan, que, segundo ele, não fortalecerão a “arquitetura da segurança da Europa”.

Riabkov disse que a resposta da Rússia “dependerá das consequências práticas da adesão” dos dois países nórdicos à aliança militar ocidental.

“Para nós, está claro que a segurança da Suécia e da Finlândia não será reforçada por esta decisão”, afirmou.

Fronteira entre Rússia e Finlândia — Foto: Arte/g1

Fronteira entre Rússia e Finlândia — Foto: Arte/g1

No domingo (15), a Finlândia reafirmou a intenção de pedir adesão à Otan. No mesmo dia, o partido social-democrata da Suécia, do governo, aprovou no Parlamento do país a candidatura à aliança militar.

Avião militar e tanques da Suécia na ilha de Gotland, destino turístico do país onde o governo anunciou aumento da presença do Exército por conta de ameaças da Rússia no mar Báltico — Foto: Associated Press

Avião militar e tanques da Suécia na ilha de Gotland, destino turístico do país onde o governo anunciou aumento da presença do Exército por conta de ameaças da Rússia no mar Báltico — Foto: Associated Press

Ambos os países mantinham à década o modelo de neutralidade, pelo qual não aderiam a nenhuma aliança militar e nem enviavam tropas ao exterior. Os dois não entraram para a Otan nem durante a Guerra Fria.

A mudança de rumo, considerada o principal movimento da geopolítica mundial em decorrência da invasão da Rússia à Ucrânia, é considerada uma grande ameaça pela Rússia, que alega que a Otan vem buscando se aproximar de seu território nos últimos anos.

A Finlândia, vizinha da Rússia, compartilha 1.300 quilômetros de fronteira com o país.

Bandeira da Ucrânia é levantada em meio a comemorações de Páscoa em Helsinque, capital da Finlândia — Foto: Emmi Korhonen/Lehtikuvavia Reuters

Bandeira da Ucrânia é levantada em meio a comemorações de Páscoa em Helsinque, capital da Finlândia — Foto: Emmi Korhonen/Lehtikuvavia Reuters

A Rússia justificou, entre outras alegações, a ofensiva contra a Ucrânia por sua aproximação da Otan e pelou apoio político, diplomático e militar da organização ao governo ucraniano. Moscou pretendia, desta maneira, afastar os ocidentais de suas fronteiras.

Os países da Aliança também estão fornecendo grandes quantidades de armas às forças ucranianas que lutam contra o exército russo há quase três meses.

A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, dá entrevista antes de o Parlamento sueco discutir a entrada do país na Otan, no dia 16 de maio de 2022 — Foto: Henrik Montgomery/TT News Agency/AFP

A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, dá entrevista antes de o Parlamento sueco discutir a entrada do país na Otan, no dia 16 de maio de 2022 — Foto: Henrik Montgomery/TT News Agency/AFP

Fonte: G1