Saúde do DF ganha mais de 6 mil profissionais durante a pandemia

Profissionais efetivos e temporários foram contratados pelo GDF e passaram a fazer parte do quadro da saúde do Distrito Federal

O Distrito Federal ganhou mais 6 mil novos profissionais de saúde desde o início da pandemia de covid-19, os dados são da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF). O aumento de profissionais informados pela pasta foi devido às necessidades apresentadas pela pandemia do novo coronavírus. “Os profissionais contratados atuam nos hospitais acoplados, em todos os hospitais Regionais e Unidades de Referência Distrital, além do SAMU e das UPAS. Os profissionais foram convocados a partir de concursos públicos vigentes da SES/DF e dos Processos Seletivos Emergenciais para contratação temporária,” explicou a pasta em nota.

Dentre os profissionais contratados para atuar na linha de frente da pandemia, Leandro dos Santos Quaresma, de 31 anos, é um dos enfermeiros que acompanha a luta diária dos pacientes que se tratam nos hospitais públicos da capital. “Decidi me candidatar para trabalhar na linha de frente pois vi como uma oportunidade de trabalhar e ter mais experiência, pois o mercado de trabalho sempre exige mais, além de poder contribuir com o que já sabia para ajudar todos que estavam contaminados por algo que ainda era desconhecido,” conta.

O técnico de enfermagem já passou pelo Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), considerado o segundo maior hospital do DF, e atualmente está lotado no Hospital de campanha instalado no Autódromo Internacional Nelson Piquet, inaugurado no dia 14 de maio. Ao compartilhar sua experiência e rotina enfrentada no último ano, não economiza elogios aos colegas de profissão que enfrentam os desafios de uma doença causada por um vírus até pouco tempo desconhecido. “Meus colegas deram o sangue desde quando isso começou e ainda continuam a todo vapor, muitos sempre fazem além do que é exigido pois lidamos diariamente com vidas. Temos medo até de ficar doentes e acabar sobrecarregando uns aos outros. A nossa rotina é muito pesada, tudo muito corrido, basta segundos para aquele paciente não estar mais entre nós, então, como o vírus é muito rápido, temos que ser mais rápido do que ele,” explica.

Desde os primeiros casos registrados de contaminação pelo vírus da covid-19 no Distrito Federal, no dia 13 de março de 2020, a evolução diária de casos confirmados provocou mudanças na estrutura da cidade. O governo teve que se mobilizar para aumentar estruturas que pudessem atender e evitar o maior número de mortes possíveis. Segundo a Secretária de Saúde, apenas no ano passado foram nomeados 4.211 profissionais de saúde, além de outros 1.443 profissionais contratados indiretamente para os hospitais de campanha. Este ano, mais 435 profissionais de saúde temporários foram chamados, totalizando mais de 6 mil profissionais contratados direta e indiretamente desde o início da proliferação de contágios. “Há previsão de uma nova convocação, desta vez mais 435 profissionais de saúde temporários, que estão aguardando a conclusão e a convocação do novo processo seletivo,” informou a pasta responsável.

Segundo a Secretaria de Saúde do DF, a maioria dos profissionais contratados neste último ano foram lotados na linha de frente, com exceção dos profissionais administrativos, que foram lotados na sede da SES/DF (Administrador, Contador, Analista de Sistema) para atuação nos processos de aquisição de insumos, equipamentos e serviços para fortalecimento da assistência à saúde. Ao ser questionada a respeito das contratações, a pasta informou que “ao longo de todo o ano de 2020, foram feitas 24 publicações no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), referente a convocação dos profissionais de saúde efetivos e temporários. Em 2021, foram 10 publicações no DODF. Nos hospitais de campanha foram feitas contratações por parte das empresas contratadas com gestão global.”

Os profissionais que passaram a ocupar cargos nos serviços de saúde da capital foram das carreiras Médicas, Enfermeiros, Especialistas em Saúde (Farmacêuticos, Fonoaudiólogos, Psicólogos, Administradores, entre outros), Técnicos em Saúde (Técnico em Enfermagem, Técnico de Laboratório, entre outros) e Agentes Comunitários de Saúde e de Vigilância Ambiental em Saúde. “Os candidatos nomeados nos concursos públicos efetivos, têm o prazo de 30 dias para tomar posse no cargo, conforme previsto na Lei 840/2011. Os candidatos convocados nos processos seletivos temporários, tem o prazo de cinco dias úteis para apresentação da documentação admissional e assinatura do contrato de trabalho,” alertou a pasta.

Além dos profissionais que atuam diretamente com a saúde dos pacientes, foram feitas 4.069 contratações de servidores no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) para atuação nas UPAS, hospitais de Santa Maria e de Base para enfrentamento à covid-19.

A estrutura da saúde no DF

A rede de saúde pública da capital é composta por um hospital de alta complexidade, 10 hospitais gerais, um materno infantil, um psiquiátrico e o Hospital de Apoio. Integram ainda a rede o Hospital da Criança através de convênio. “Temos ainda os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), central de Radiologia, policlínicas, centro de especialidades odontológicas, Centro Especializado na Saúde da Mulher, Centro de Orientação Médico psicopedagógico, unidades básicas de saúde dentre outros serviços,” destaca a administração responsável.

Veja aqui os endereços das UBSs do DF

Na pandemia, a gestão planejou o reforço da rede e acatando a determinação do Governador Ibaneis Rocha contratou temporariamente 400 leitos de suporte ventilatório (100 primeiros no Mane Garrincha em 2020 e 100 leitos no Gama, 100 na Ceilândia e 100 no autódromo). Além desses foram criados 200 duzentos leitos de retaguarda para pacientes covid-19 em unidades acopladas ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e Hospital Regional de Samambaia (HRSAM) com 100 leitos em cada. Essas unidades são geridas pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) e, segundo a pasta, continuarão a integrar a rede de saúde após a pandemia.

Fonte: Correio Braziliense

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