Alckmin repete Lula e questiona Odebrecht

Geraldo Alckmin

Réu por corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) repete, por meio de sua defesa, a estratégia usada na Operação Lava Jato por advogados de Lula e pede acesso integral aos sistemas usados pelo chamado setor de propinas da Odebrecht

A defesa do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) repete estratégia usada na Operação Lava Jato por advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para se livrar as acusações.

Defensores do tucano pedem acesso integral aos sistemas usados pelo chamado setor de propinas da Odebrecht. Ele é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral.

Já o petista teve sete processos arquivados e, no inquérito do triplex em Guarujá (SP), foi condenado sem provas, sendo posteriormente alvo de ordem de prisão sem o esgotamento de todos os recursos judiciais.

O processo contra Alckmin é referente a pagamentos para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014, quando ele venceu as disputas pelo governo do estado.

De acordo com as investigações, o ex-governador recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha de dez anos atrás e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, as principais provas são registros nos sistemas Drousys, de comunicação interna da empreiteira, e MyWebDay, de contabilidade e controle de pagamentos de vantagens indevidas.

A defesa afirmou que, apesar de o sistema ter mais de 100 milhões de itens e 80 terabytes de informações, ela não teve acesso “à íntegra do material, ou mesmo à parte que se refere aos fatos denunciados”.

“Como saber se não há mais nada nessa imensidão de documentos que diga respeito aos fatos? Lembrando que a defesa tem direito de acessar o todo para então escolher os elementos que lhe são úteis para a formulação de suas teses, independentemente de serem ou não utilizados pelos investigadores ou mencionados na denúncia”, questiona a peça, assinada por seis advogados, entre eles José Eduardo Alckmin, Verônica Sterman e Márcio Elias Rosa, ex-chefe do Ministério Público de São Paulo.

Os advogados de Alckmin também afirmaram que “os sistemas de informática eram facilmente manipuláveis e carecem de cadeia de custódia [o registro da geração e da manipulação dos sistemas] que ateste validade jurídica do material”. A defesa quer o acesso integral ao material ou “ao menos à parte relacionada aos fatos” para “realização de cópia forense e verificação da cadeia de custódia”.