13 Financiadores $$ de Rollemberg integram gestão Ibaneis com ótimos cargos no GDF

Vira-casacas. Financiadores de Rollemberg integram gestão Ibaneis

Ao menos 13 pessoas que estão no GDF aparecem em site do TSE como doadores do projeto malsucedido de reeleição do socialista

DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Isadora Teixeira

Ocupantes de cargos estratégicos no governo Ibaneis Rocha (MDB) aparecem em site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como doadores da campanha malsucedida à reeleição de Rodrigo Rollemberg (PSB) em 2018. No ano passado, o então chefe do Executivo local disputou a permanência na principal cadeira do Palácio do Buriti com o adversário emedebista.

Ao menos 13 gestores, entre administradores regionais, subsecretários e outros integrantes do segundo escalão doaram para o socialista um total de R$ 32.700. O Metrópoles consultou a lista dos contribuintes e cruzou as informações com nomeações no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Por meio do Portal da Transparência do DF, confirmou que o CPF dos colaboradores da campanha são dos servidores. Alguns deles contaram que os valores foram pagos em jantares.

O administrador do Park Way, José Joffre Nascimento, contribuiu com R$ 1 mil. Nascimento já era chefe da RA na gestão socialista e, portanto, continua na função. Indicados por empresários e nomeado por Ibaneis, o administrador do Setor de Indústria e Abastecimento (Sia), Hélio Rodrigues Aveiro, também doou R$ 1 mil.

Designado como subsecretário de Administração Geral, da Secretaria da Agricultura, Rossi da Silva Araújo contribuiu com o mesmo valor. Quando Rollemberg era o governador, ele trabalhava como gerente de Orçamento e Finanças da Administração do Varjão.

O subsecretário de Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Secretaria da Agricultura, Odilon Vieira Junior, também investiu R$ 1 mil na tentativa de levar o socialista à reeleição. Antes, ele atuou como assessor especial do gabinete da pasta.

O mesmo montante foi escolhido pelo atual subsecretário de Assuntos Funerários, da Secretaria de Justiça e Cidadania, Manoel Luiz Camilo de Morais Antunes. O chefe da Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil, da Secretaria de Segurança Pública, coronel do Corpo de Bombeiros Militar do DF Sérgio José Bezerra, desembolsou os mesmos R$ 1 mil.

Manoel Luiz e Bezerra exercem as mesmas funções que ocupavam no governo Rollemberg.

Governadoria
Nomeado por Ibaneis como subsecretário de Orçamento Público, da Secretaria Adjunta de Planejamento e Orçamento, Thiago Rogério Conde apoiou o projeto de reeleição de Rollemberg com R$ 700. Conde esteve chefia da mesma subsecretaria na gestão passada.

A controladora-geral adjunta do Distrito Federal, Liane Vasconcelos de Araújo Angoti, também deu uma forcinha para o caixa eleitoral de Rollemberg: doou R$ 500. Além de ter trabalhado na mesma função antes, Liane foi subcontroladora de Controle Interno.

Consultor jurídico adjunto da Governadoria, Leandro Zannoni Apolinário de Alencar foi mais generoso e tirou R$ 2 mil do bolso. Na administração anterior, atuou como chefe da assessoria jurídico-legislativa do Gabinete da Procuradoria-Geral.

Outros R$ 1 mil foram destinados pelo chefe do Departamento Operacional do Subcomando-Geral da Polícia Militar, coronel Carlos André da Silva. Anteriormente, o oficial foi comandante de Missões Especiais.

Administração indireta
As contribuições financeiras registradas nas contas de campanha de Rollemberg não vieram apenas do Palácio do Buriti. O diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), Paulo Salles, deu R$ 18 mil. Em nota, a instituição disse que o gestor tem mandato de cinco anos que termina em outubro de 2020.

Da mesma agência, o Superintendente de Drenagem Urbana, Marcos Helano Fernandes Montenegro, transferiu R$ 2.250. A Adasa ressaltou que ele é concursado.

Há registro, ainda, de R$ 2.250 doados pelo secretário-geral da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), Geraldo Jesus de Faria. Ele permanece na mesma função, mesmo após a mudança na presidência, com a entrada de Fernando Leite.

O Governo do Distrito Federal informou ter escolhido os servidores “com base em sua competência e não por sua posição política.”

A Caesb disse, em nota, que o secretário-geral da empresa participou do governo Rolemberg profissionalmente como fez “em sua cinquentenária história de bons serviços prestados à companhia”. Por meio da assessoria, Geraldo explicou não ter feito doação para a campanha, mas colaborou com jantar no período eleitoral.

O ex-governador Rollemberg classificou seus escolhidos como competentes. O ex-chefe do Executivo local deu um recado para Ibaneis: “Se quiser fazer um bom governo, deveria aproveitar muito mais gente.”