Ação do MPDFT prende ex-secretários de Saúde acusados de corrupção

Além dos ex-gestores, há médicos e donos de empresas presos na operação. PCDF apreendeu R$ 25 mil na casa de Barbosa

Marcelo Casall/Agência Brasil
Márcia DelgadoCarlos CaroneManoela AlcântaraNathália Cardim

Uma força-tarefa da Comissão de Combate à Corrupção do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29/11), operação de combate à corrupção na Saúde. Dois ex-gestores da área, Rafael Barbosa (foto em destaque) e Elias Miziara, foram presos.

Segundo fontes da Polícia Civil, na casa de Rafael Barbosa, no Park Way, foram apreendidos R$ 25 mil em dinheiro, mídias digitais, pendrives e documentos que podem ajudar nas investigações.

Barbosa e Miziara comandaram a pasta da Saúde no governo do petista Agnelo Queiroz (PT). E estão entre os principais alvos da operação do MPDFT, que cumpre 44 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo, além de 12 de prisão preventiva.

O grupo é investigado por peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e organização criminosa.

Confira os nomes de todos os presos:

Em Brasília:

Rafael de Aguiar Barbosa – prisão e busca (ex-secretário de Saúde no governo Agnelo Queiroz)
Elias Fernando Miziara — prisão e busca (ex-secretário de Saúde do governo Agnelo Queiroz)
José de Moraes Falcão — prisão e busca (ex-subsecretário de Saúde do DF)
Renato Sérgio Lyrio Mello — prisão e busca (ortopedista)
Vicente de Paulo Silva de Assis — prisão e busca (ex-secretário de Saúde de Planaltina de Goiás)
Edcler Carvalho Silva — prisão e busca (diretor comercial da Kompazo, empresa que vende produtos hospitalares)

No Rio de Janeiro:
Gustavo Estelitta Cavalcanti Pessoa — alvo de mandado de prisão e busca e apreensão
Márcia de Andrade Oliveira Cunha Travassos — prisão e busca
Gaetano Signori – prisão e busca
Marcus Vinicius Guimarães Duarte de Almeida — prisão e busca
Marco Antônio Guimarães Duarte de Almeida – prisão e busca
Miguel Iskin – prisão e busca

A operação Conexão Brasília investiga contratos feitos no DF na área por meio de adesão à ata de registros de preços da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. A concorrência seria para compra de órteses e próteses.

A empresa que forneceu os materiais é acusada de fazer parte de um cartel de companhias que integram um cartel e vendem materiais hospitalares. Os preços a serem pagos com dinheiro público eram combinados entre elas.

A investigação do MP aponta ainda que o esquema de corrupção do governo de Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, teve ramificações e se alastrou no Distrito Federal durante a gestão de Agnelo na área de Saúde.

Advogado do ex-secretário Elias Miziara, Joelson Dias disse que nem ele nem seu cliente tiveram qualquer informação sobre o processo, que corre em segredo de Justiça. “Dr. Miziara é médico de reconhecida reputação profissional no Distrito Federal e jamais teve qualquer condenação criminal ou outro ilícito julgado em definitivo que pesasse contra ele”, afirmou.

Ele confirmou que Miziara foi levado para a Departamento de Polícia Especializada (DPE), ao lado do Parque da Cidade. Ao chegar ao local, falou rapidamente com a imprensa. Disse que foi pego de surpresa.  “Eu nunca nem sequer participei de licitação. Não tenho nenhuma notícia disso e não sei do que se trata”, ressaltou.

Lava Jato
A ação deflagrada nesta quinta (29) é um desdobramento de operações da Lava Jato, ocorridas no Rio de Janeiro, que desvendaram um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação na gestão de Cabral.

A Polícia Civil deu apoio à operação com um grande efetivo que foi distribuído entre o DF, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram designados 105 agentes, 48 delegados, 15 escrivães e 10 peritos criminais para dar suporte logístico aos cumprimentos de prisão e análise de provas.

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